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Cristina Kirchner diz que América Latina não deve ser palco de conflitos internacionais

Ex-presidente argentina denuncia lawfare na região e elogia a posição de Brasil, México e Colômbia sobre a eleição na Venezuela

Cristina Kirchner (Foto: Divulgação)

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247 – Ao participar do evento "Realidade Política e Eleitoral de América Latina", a ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, fez um discurso emocionante e cheio de reflexões sobre o futuro da região. O evento, organizado pelo Instituto Moreno e pelo Instituto Patria, reuniu diversos institutos de formação política e movimentos sociais de vários países latino-americanos.

Kirchner começou seu discurso agradecendo aos organizadores e participantes, mencionando instituições e movimentos como o Instituto Nacional de Formação Histórica Patria, de Argentina, o Movimento Semilla, da Guatemala, e a Fundação Plebella, do Chile. Ela destacou a importância da formação política em tempos de desinformação e fake news, enfatizando a necessidade de educar e informar-se adequadamente.

A ex-presidente celebrou a eleição de Claudia Sheinbaum como a primeira mulher presidente do México, destacando o papel crucial da militância e do apoio popular para esse feito histórico. Ela elogiou a maturidade política de Sheinbaum e sua identificação com o projeto de Manuel López Obrador.

Cristina Kirchner relembrou a história de luta e utopia que caracteriza a América Latina, desde as batalhas pela independência lideradas por figuras como San Martín e Bolívar até as diversas revoluções e movimentos sociais do século XX. Ela apontou que, embora a região tenha triunfado na busca pela liberdade, ainda enfrenta grandes desafios na luta pela igualdade, destacando a persistente desigualdade social na América Latina.

Ao abordar o cenário contemporâneo, Kirchner mencionou a judicialização da política como um novo método de perseguição aos líderes populares, substituindo os golpes militares do século passado. Ela citou exemplos de judicialização na Argentina e em outros países da região, criticando o uso do sistema judiciário para desestabilizar governos democráticos e populares.

O discurso também tocou em temas globais, como a ascensão da China como uma potência econômica sem recorrer a conflitos militares, e a necessidade de uma nova utopia de paz em meio a um cenário global cada vez mais instável. Kirchner ressaltou a importância de evitar que a América Latina se torne palco de conflitos internacionais, defendendo a soberania e a paz na região.

Eleições venezuelanas

Sobre as eleições na Venezuela, Kirchner destacou a complexidade da situação. Ela lembrou que o país possui a maior reserva de petróleo do mundo, o que o torna alvo de intensas pressões internacionais. Cristina criticou o bloqueio econômico imposto ao país, comparando-o ao que Cuba enfrenta há décadas, e ressaltou os impactos negativos desse bloqueio na economia e no bem-estar da população venezuelana. Ela também mencionou a necessidade de reconhecer e respeitar a vontade popular expressa nas urnas, apelando para que as autoridades eleitorais da Venezuela publiquem as atas das eleições para garantir a transparência e a confiança no processo eleitoral, como defendem México, Colômbia e Brasil.

Por fim, Cristina Kirchner destacou a necessidade de reformas judiciais profundas para garantir a verdadeira justiça e a participação popular no processo de nomeação de magistrados. Ela elogiou as iniciativas de reforma judicial no México, lideradas pelo partido Morena, e incentivou a continuidade de cursos e encontros que promovam a formação política e o compromisso com a justiça e a paz.

Cristina Kirchner encerrou seu discurso com um apelo à unidade e ao fortalecimento da formação política, reafirmando seu compromisso com um futuro mais justo e igualitário para a América Latina. Assista:

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