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"Inferno entrou em festa com a morte de Fujimori", diz Lejeune Mirhan

Ex-ditador peruano, que faleceu aos 86 anos em 11 de setembro, deixou um legado de repressão e corrupção, aponta o professor

Alberto Fujimori (Foto: Reuters)

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247 – No dia 11 de setembro, aos 86 anos, faleceu o ex-ditador peruano Alberto Fujimori, um dos líderes mais controversos da história da América Latina. Sua morte gerou reações intensas e polarizadas, especialmente por sua trajetória marcada por autoritarismo, violações de direitos humanos e um governo manchado por escândalos de corrupção. Em análise no programa Bom Dia 247, o professor Lejeune Mirhan comentou o impacto do falecimento de Fujimori de forma contundente: "O inferno entrou em festa com a morte de Fujimori", afirmou.

Lejeune não poupou críticas ao ex-ditador durante sua participação no programa. "Eu não acredito em inferno, mas, se existisse, ele estaria em festa agora com a chegada de Fujimori", comentou, referindo-se ao caráter autoritário e à postura fascista que, segundo ele, marcaram o governo do peruano. A análise do professor destacou o quanto Fujimori foi responsável por endurecer o regime no Peru, principalmente durante o combate ao grupo comunista Sendero Luminoso. "Ele endureceu ainda mais a política, ficou mais fascista", pontuou.

Fujimori governou o Peru entre 1990 e 2000, período em que foi inicialmente eleito democraticamente, mas que culminou em um autogolpe em 1992, quando dissolveu o Congresso e concentrou ainda mais poder em suas mãos. "Ditadores são eleitos, como Hitler foi, como Bolsonaro foi", destacou Lejeune, reforçando a crítica ao caminho autoritário que Fujimori seguiu mesmo após ser eleito.

Entre os episódios mais lembrados do governo Fujimori está o combate ao Sendero Luminoso, movimento comunista liderado por Abimael Guzmán. "O Sendero Luminoso estava quase tomando o poder, e a resposta de Fujimori foi um fechamento completo", lembrou o professor. No entanto, sua gestão ficou marcada não apenas pelo combate à guerrilha, mas também por graves denúncias de violações de direitos humanos e corrupção, que envolviam seu ex-assessor Vladimiro Montesinos.

Lejeune ainda lembrou da influência que Fujimori manteve na política peruana mesmo após sua prisão e saída do poder. Sua filha, Keiko Fujimori, quase venceu as eleições presidenciais de 2021, perdendo por apenas 30 mil votos. "Keiko quase chegou lá", comentou o professor, referindo-se à herança política da família Fujimori no Peru.

O Peru, que hoje enfrenta uma nova crise de legitimidade com a atual presidente Dina Boluarte, ainda lida com o legado de Fujimori em seu cenário político. Lejeune concluiu sua análise no Bom Dia 247 de forma categórica: "Este fascista pinochetista não deixará absolutamente nenhuma saudade", reforçando o impacto negativo que o ex-ditador teve na história do país.

A morte de Fujimori ocorre em um momento em que o Peru está envolvido em grandes projetos de infraestrutura, como o megaprojeto do Porto de Chancay, financiado pela China. Enquanto o país segue em frente, o legado controverso de Fujimori permanece uma mancha na memória coletiva da nação. Assista:

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