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    Judia, presidente eleita do México já pediu à ONU por criação de um Estado palestino

    Em outubro passado, Claudia Sheinbaum corroborou postura de Obrador sobre defesa de dois Estados para por fim ao conflito no Oriente Médio

    Claudia Sheinbaum (Foto: Reuters/Raquel Cunha)

    Por Victor Farinelli, Opera Mundi - O sobrenome de origem judia foi um dos elementos que mais chamou a atenção dos noticiários do mundo após a vitória de Claudia Sheinbaum nas eleições presidenciais do México, neste domingo (02/06).

    A dúvida gerada a partir dessa informação é sobre qual seria a postura da futura mandatária mexicana diante dos acontecimentos na Faixa de Gaza, onde a ofensiva militar promovida por Israel já matou mais de 36 mil civis palestinos e cometeu diversos crimes de guerra, alguns dos quais se tornaram objeto de processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

    Durante a campanha, Sheinbaum deu poucas declarações sobre o assunto, seguindo orientação do seu partido, o Movimento de Regeneração Nacional (Morena), cuja estratégia visava impedir afirmações que pudessem gerar ataques de ódio contra ela por parte dos setores de direita.

    Além disso, segundo a imprensa local, a presidente eleita tem forte ligação com sua família mas prefere evitar posicionar-se como judia, para reforçar seu perfil de defensora do Estado laico.

    No entanto, em outubro de 2023, quando ainda era pré-candidata presidencial pelo Morena, Sheinbaum gravou um vídeo, dias depois dos ataques do Hamas em 7 de outubro daquele ano, e da proclamação de guerra por parte de Israel, iniciando a ofensiva militar em Gaza que se desenvolve até hoje.

    Movimento de Regeneração Nacional - Em outubro de 2023, Sheinbaum se declarou a favor da solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina

    O vídeo inicia com Sheinbaum apoiando a postura tomada pelo presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, que repudiou a ação do Hamas, mas também a reação do governo de Israel e sua ofensiva em Gaza.

    Chama a atenção o fato de que, ao menos naquele momento, ambos os líderes do Morena evitaram usar a palavra “terrorismo” para descrever as ações do grupo de resistência palestino. A então pré-candidata presidencial afirmou que “é preciso condenar qualquer forma de violência, e particularmente esta forma de violência, atacar a civis inocentes”.

    Em seguida, Sheinbaum enfatiza sua defesa da solução de dois estados para por fim à violência em Gaza, e chega a fazer um apelo à Organização das Nações Unidas (ONU) para que promova as medidas necessárias para o devido reconhecimento ao Estado da Palestina.

    “Ao mesmo tempo, eu também estou de acordo com que, além do fim da violência, é preciso também que sejam reconhecidos os dois estados (de Israel e da Palestina), e que se busque a forma imediata de se pacificar essa região do mundo”, afirmou.

    Em seu apelo, Sheinbaum disse esperar “que a ONU se dedique a trabalhar por esse objetivo, que sejam definidas fronteiras seguras, claro que respeitando os tratados internacionais”.

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