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    Líder do PT critica tentativa de Milei de enfraquecer o Mercosul

    Odair Cunha defende a importância da integração regional

    Odair Cunha (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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    247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Odair Cunha (MG), reagiu com firmeza às críticas do presidente da Argentina, Javier Milei, ao Mercosul. Cunha, em artigo publicado originalmente pela Carta Capital, classificou as intenções de Milei como um "delírio ultraliberal", destacando que a proposta de negociações bilaterais fora do bloco enfraqueceria a Tarifa Externa Comum e a União Aduaneira, pilares fundamentais do Mercosul.

    “O bloco é mais forte e perene do que os delírios ultraliberais do argentino”, afirmou Odair Cunha, ao rebater as críticas do presidente argentino, que sugeriu flexibilizar o Mercosul, favorecendo acordos bilaterais com terceiros países. O parlamentar destacou a importância do Mercosul no contexto global atual, especialmente diante de um cenário de desordem nas cadeias globais de valor. Segundo Cunha, o bloco, que foi fundado em 1991, assume um papel estratégico cada vez mais relevante ao apostar em redes regionais de produção e em políticas estatais voltadas para o desenvolvimento sustentável.

    Cunha argumenta que o Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e agora reforçado pela adesão da Bolívia, é uma das maiores economias do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8 trilhões de dólares, o que o coloca como a sétima maior economia global. Ele destacou o aumento significativo no comércio intrazona, que cresceu mais de 1000% nas últimas três décadas, ultrapassando US$ 40 bilhões em 2021, ante os US$ 4 bilhões de 1991.

    Para o parlamentar, a integração entre os países membros do Mercosul trouxe resultados positivos não apenas no campo econômico, mas também em outras áreas, como a livre circulação de pessoas, a criação de instituições supranacionais, como o Parlamento do Mercosul (Parlasul), e a implementação de um passaporte comum para os cidadãos do bloco. “O processo de integração vai muito além da desgravação tarifária. Recuar para apenas uma área de livre comércio prejudicaria todos”, afirmou Cunha.

    Além de refutar as propostas de flexibilização do Mercosul, Cunha defendeu a importância de o bloco atuar como um ator forte nas negociações internacionais, ressaltando que "um só país tem menos força do que cinco". Ele criticou duramente as ideias neoliberais defendidas por Milei, chamando-as de "fantasias", e concluiu que o fortalecimento do Mercosul é uma "conquista dos povos do Cone Sul" que deve ser mantida e ampliada.

    Para Cunha, a manutenção da união aduaneira é crucial para o desenvolvimento econômico e social dos países do bloco, especialmente em um cenário global em que as grandes potências preferem negociar com países individualmente, o que, segundo ele, favoreceria acordos desiguais e prejudicaria a soberania dos membros do Mercosul.

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