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    Opositores venezuelanos denunciam cerco policial à embaixada argentina, sob tutela do Brasil

    Este é o segundo cerco policial em dois meses à sede da representação diplomática, que passou a ser gerida pelo Brasil em agosto

    (Foto: Reprodução X / Pedro Urruchurtu)

    247 - Membros armados e encapuzados das forças de segurança da Venezuela cercaram pela segunda vez, em dois meses, a embaixada da Argentina em Caracas, agora sob a gestão do Brasil. A denúncia, segundo o jornal O Globo, foi feita por líderes oposicionistas entre a noite de sábado (23) e a manhã deste domingo (24), expondo mais uma vez a escalada de tensões na crise política venezuelana.

    Atualmente, seis opositores ao regime de Nicolás Maduro, incluindo aliados próximos da líder María Corina Machado, estão refugiados na embaixada desde março. A sede passou a ser gerida pelo Brasil em agosto, após o governo venezuelano expulsar os representantes diplomáticos da Argentina e do Peru, que não reconheceram a reeleição de Maduro nas eleições de julho.

    “Agentes encapuzados da DAET – um corpo da Polícia Nacional – com armas longas cercam novamente a residência da embaixada da Argentina em Caracas, protegida pelo Brasil. Eles rodeiam a sede diplomática e bloqueiam os acessos na rua. Drones sobrevoam a área, e o sinal telefônico também foi cortado”, escreveu no X Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da oposição de María Corina Machado e um dos refugiados na embaixada, de acordo com a reportagem.

    A denúncia, acompanhada de vídeos mostrando viaturas nas proximidades, ocorre em um momento crítico para a oposição venezuelana, agravado pela nova investigação aberta pelo Ministério Público contra María Corina, líder oposicionista acusada de conspirar com o governo dos Estados Unidos para ampliar sanções econômicas ao governo do presidente Nicolás Maduro.

    O Ministério das Relações Exteriores da Argentina condenou em nota o assédio, apelando à comunidade internacional para se posicionar contra as ações do regime venezuelano. O governo brasileiro, por sua vez, reafirmou sua disposição de proteger a embaixada e os refugiados políticos, apesar de Caracas ter anunciado a revogação da permissão para o Brasil representar os interesses argentinos na Venezuela.

    “Essas ações representam uma ameaça à segurança que deve ser garantida às sedes diplomáticas, de acordo com o direito internacional, bem como àqueles que solicitaram asilo diplomático”, diz o comunicado argentino.

    O cerco à embaixada também antecede uma série de mobilizações convocadas por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, principais opositores de Maduro. Ambos acusam o governo de fraude nas eleições de julho, em que o Conselho Nacional Eleitoral proclamou Maduro vencedor sem divulgar os detalhes da apuração.

    Para o próximo domingo, 1 de dezembro, María Corina convocou protestos, destacando que a população deve “agir agora” e prometendo ações mais contundentes para 10 de janeiro, data prevista para a posse presidencial.

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