Forças de segurança da Venezuela cercam embaixada argentina, administrada pelo Brasil
Venezuela revogou a custódia brasileira sobre a embaixada da Argentina. Fontes do Itamaraty dizem que seguirão administrando o local
247 - Neste sábado (7), fontes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmaram ao g1 que o prédio da embaixada da Argentina em Caracas, agora sob gestão de diplomatas brasileiros, permanece cercado por forças de segurança venezuelanas. Desde que o embaixador argentino foi expulso da Venezuela, o Brasil passou a representar os interesses consulares da Argentina no país.
A expulsão do diplomata argentino, ocorrida em 1º de agosto, foi uma retaliação do governo de Nicolás Maduro após a Argentina declarar que as eleições presidenciais venezuelanas de julho foram fraudadas e que a reeleição de Maduro não foi legítima.
O governo da Venezuela cancelou a autorização que permitia ao Brasil atuar como responsável pela custódia da segurança e dos interesses da embaixada da Argentina em Caracas. Fontes diplomáticas brasileiras, porém, ressaltam que a Venezuela não pode, unilateralmente, encerrar essa representação sem designar outro país para a função, destacando que o Brasil seguirá administrando a embaixada.
Neste momento, a embaixada argentina enfrenta pressões crescentes, incluindo o corte de energia elétrica pelas autoridades locais, sendo mantida apenas por geradores na área residencial onde vivem os diplomatas brasileiros. A situação se agrava com relatos de homens encapuzados supostamente circulando nas proximidades da embaixada e um veículo da polícia estacionado em frente ao local.
Dentro da antiga embaixada argentina, agora sob custódia do Brasil, seis membros da oposição venezuelana, incluindo Magalli Meda, chefe de campanha da líder opositora María Corina Machado, estão asilados desde março. Meda relatou nas redes sociais que o local está com os acessos bloqueados e sob constante vigilância.
A crise gerou reações internacionais. Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), criticou as ações do governo venezuelano, considerando-as contrárias ao Direito Internacional. Em resposta à deterioração da situação, o governo argentino solicitou ao Tribunal Penal Internacional que emita ordens de detenção contra Nicolás Maduro e outros líderes do regime.
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