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Parlamento venezuelano afirma que Celso Amorim será declarado ‘persona non grata’

A medida seria uma represália ao Brasil por vetar a adesão da Venezuela como país parceiro do BRICS

Celso Amorim (Foto: LOG PRODUÇÕES/TV 247)

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Victor Farinelli, Opera Mundi - Em comunicado publicado nesta quarta-feira (30/10), o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou que será apresentada nas próximas horas uma moção para declarar o diplomata Celso Amorim, ex-chanceler e atual assessor especial do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, como “persona non grata” no país vizinho.

A medida seria uma represália ao papel do Brasil na 16ª Cúpula do BRICS, realizada há uma semana na cidade russa de Kazan, por ter sido responsável pelo veto que impediu a adesão da Venezuela como país parceiro do bloco.

Amorim foi um dos que compôs a delegação brasileira no evento, a qual contou apenas com diplomatas do Itamaraty – o presidente Lula cancelou sua viagem à Rússia dias antes, devido a um acidente doméstico.

Junto com o anúncio, Rodríguez apresentou um relatório contendo informações de supostos contatos que Amorim teria tido com autoridades de diferentes países às vésperas das eleições realizadas no país em 28 de julho, a qual terminou com o presidente Nicolás Maduro reeleito para um terceiro mandato.

Na lista, se destacam supostas conversas do diplomata brasileiro com Jake Sullivan, membro do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

“Ou ele (Amorim) nos respeita ou faremos com que nos respeite. Pediremos ao plenário da Assembleia Nacional que o declare persona non grata e não nos importamos com os compromissos ou conciliações que alcançou com os seus mestres do norte”, afirmou o líder do Legislativo unicameral venezuelano.

Ao vetar o ingresso da Venezuela ao BRICS, o Brasil reiterou sua decisão de não reconhecer os resultados das eleições presidenciais no país vizinho.

Rodríguez também disse que, em uma visita que Amorim fez recentemente a Caracas, ele “parecia mais um enviado do conselheiro dos Estados Unidos (Sullivan) do que de Lula”.

“Em todas estas conversas, curiosamente, nós notamos uma frase que se repetia como uma ladainha, como um bordão: ‘Jake (Sullivan) pensa isto’, ‘Jake pergunta aquilo’, ‘Jake mandou dizer tal coisa’, ‘antes de vir falar com vocês eu falei com o Jake’. Tantas vezes que nós nos perguntamos se ele estava fazendo aquilo como enviado do presidente Lula ou do conselheiro da Casa Branca”, relatou.

O político venezuelano completou dizendo que as críticas são direcionadas especificamente à pessoa do diplomata Celso Amorim, e que “a Venezuela respeita as instituições do Estado da República Federativa do Brasil”.

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