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Presidenta eleita do México recusa visita à Ucrânia

Claudia Sheinbaum reafirma princípios constitucionais da política externa pacifista do México ao rejeitar convite de Zelensky

Claudia Sheinbaum (Foto: Reuters/Raquel Cunha)

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247 – Nesta terça-feira, 18 de setembro, a presidenta eleita do México, Claudia Sheinbaum, recusou publicamente o convite feito pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para visitar o país em meio ao conflito com a Rússia. Em entrevista ao jornal Excélsior, Sheinbaum destacou que sua decisão está em conformidade com os princípios da Constituição mexicana, que regem a política externa do país.

"Não acho que isso vá acontecer. Repito, agimos com base nos princípios da política externa e da Constituição", afirmou Sheinbaum ao ser questionada sobre a possibilidade de viajar para a Ucrânia. Ela reforçou que a política externa mexicana é fundamentada em valores de resolução pacífica de conflitos. "Nossa política externa é definida pela Constituição. Ela é muito clara, digna e pacífica. Os princípios de busca por soluções pacíficas para conflitos estarão na base da nossa política externa. Essa é a nossa política, e continuará sendo assim", sublinhou.

Sheinbaum também aproveitou a ocasião para comentar a relação diplomática do México com outros países. Após um ataque à embaixada mexicana em Quito, o país manteve relações diplomáticas com todas as nações, exceto o Equador. Apesar de alguns incidentes diplomáticos recentes, a futura mandatária reafirmou o compromisso do México com o diálogo e a diplomacia.

Sobre seus compromissos internacionais, Sheinbaum deixou claro que seu foco principal será governar o México, e que não pretende realizar muitas viagens ao exterior. "No meu caso, minha principal tarefa é governar no México; participarei de alguns eventos internacionais que consideramos importantes, mas não viajaremos muito – nossa responsabilidade está aqui", declarou. No entanto, ela indicou que avalia participar da cúpula do G20, que será realizada no Brasil.

O convite de Zelensky para que Sheinbaum visitasse a Ucrânia ocorreu em meio a uma série de declarações feitas pelo presidente ucraniano em entrevista ao Excélsior. Durante a conversa, Zelensky cobrou das autoridades mexicanas um reconhecimento mais explícito de que "Kiev luta por sua independência", e expressou a esperança de que "alguém esclareça a situação aos mexicanos". Além de ter convidado a presidenta eleita, Zelensky também sugeriu que o atual presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, visitasse a Ucrânia.

Até o momento, a posição do governo mexicano, tanto sob López Obrador quanto com a futura administração de Sheinbaum, tem sido marcada por uma postura de neutralidade em relação ao conflito na Ucrânia. O México mantém seu histórico de respeito ao princípio da não intervenção nos assuntos internos de outros países, com base na doutrina Estrada, que orienta a política externa desde a década de 1930. Ao reafirmar o compromisso do México com a paz e a diplomacia, Sheinbaum segue essa linha, evitando envolvimentos diretos em conflitos internacionais.

A recusa de Sheinbaum em visitar a Ucrânia, bem como sua ênfase nos princípios constitucionais, reflete a continuidade de uma política externa pacifista e de distanciamento estratégico de disputas globais, característica do governo mexicano.

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