Pressão de aliados de Trump desmobilizou reunião da Celac sobre deportações
A reunião foi cancelada após acerto entre Petro e Trump
247 - A reunião marcada para esta quinta-feira (30) entre os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foi cancelada devido à falta de consenso sobre as medidas de deportação do governo de Donald Trump, informa o g1. A decisão de suspender o encontro seguiu uma série de trocas de acusações e ameaças tributárias entre Estados Unidos e Colômbia, e foi impactada pela pressão de aliados de Trump, como os presidentes da Argentina, Javier Milei, e El Salvador, Nayib Bukele, que demonstraram apoio ao presidente norte-americano.
Segundo informações de fontes diplomáticas brasileiras, a tensão crescente entre as nações levou à decisão de não escalar o impasse. A avaliação é de que, após uma série de ações realizadas de forma abrupta no último fim de semana, os atores envolvidos optaram por “jogar água na fervura” e evitar um agravamento da crise.
A reunião da Celac tinha como objetivo discutir as medidas de deportação implementadas pela administração Trump, que envolvem, entre outras coisas, a repatriação de imigrantes ilegais para seus países de origem. A ausência de consenso dentro do bloco latino-americano, aliado à pressão política de países alinhados com Trump impossibilitou a realização do encontro.
Enquanto o impasse diplomático continua, os Estados Unidos decidiram manter as linhas de auxílio social a Israel e Egito, mas não avançaram com novas iniciativas no campo das deportações. No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva criou um grupo de trabalho para estabelecer um roteiro humanitário para lidar com as deportações, com foco em condições mínimas de dignidade para os deportados.
De acordo com fontes do Ministério das Relações Exteriores, as principais preocupações da diplomacia brasileira envolvem garantir que os deportados recebam, ao menos, água potável, acesso a banheiro e alimentação adequada, além de assegurar que as aeronaves utilizadas estejam em boas condições de voo. Uma questão controversa ainda pendente é o uso de algemas, com o governo brasileiro propondo que os deportados tenham as mãos livres assim que chegarem ao território nacional.
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