Scholz critica reformas de Milei em visita do presidente argentino
Os líderes se encontraram em Berlim sob protestos
247 - O chanceler alemão, Olaf Scholz, teve neste domingo (23) um breve encontro com o presidente Javier Milei, da Argentina, em Berlim. O que inicialmente seria uma recepção de Estado, com honras militares, foi rebaixado a um breve encontro diplomático em meio à onda de protestos que marcaram a visita de Milei ao país europeu.
A chegada de Milei à Alemanha foi tumultuada. No sábado, ele enfrentou manifestações em Hamburgo enquanto recebia uma homenagem de uma fundação neoliberal com ligações à extrema-direita. Em Berlim, novos protestos refletiram a insatisfação popular com as reformas austeras implementadas por Milei na Argentina, que vêm levando a um aumento drástico nos níveis de pobreza.
Durante o encontro, Scholz, que lidera a coalizão social-democrata, pediu que as reformas econômicas de Milei sejam "socialmente compatíveis". Segundo a Deutsche Welle, Scholz destacou que a "compatibilidade social e a proteção da coesão social devem ser parâmetros importantes".
Além das reformas, os líderes discutiram as negociações para um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os países do Mercosul, concordando que estas devem ser concluídas rapidamente. O governo alemão também expressou apoio à entrada da Argentina na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A visita de Milei à Europa tem sido conturbada. Antes de chegar à Alemanha, ele esteve na Espanha, onde foi rejeitado pelo Rei Felipe VI em meio a uma crise diplomática com o governo de Pedro Sánchez. As críticas da própria Alemanha aos ataques de Milei ao governo espanhol só aumentaram as tensões. Não é nem preciso dizer que Pedro Sánchez quis distância de Milei.
A situação econômica e social na Argentina, agravada pelas políticas neoliberais de Milei, tem sido uma questão central das críticas. Enquanto Milei realiza sua turnê europeia, a Argentina enfrenta uma crise profunda e o descontentamento vai se tornando generalizado contra suas políticas. O mais grave é que, na maioria das viagens de Milei, as atividades foram pessoais e quase não houve reuniões bilaterais ou oficiais.
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