Stedile diz que Maduro tem razão ao alertar para 'banho de sangue fascista' na Venezuela
Declaração do presidente venezuelano gerou polêmica e foi rechaçada pelo presidente Lula
247 - João Pedro Stedile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), rebateu, nesta terça-feira (23), as críticas ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, por conta das declarações recentes do mandatário de que haveria um 'banho de sangue' no país caso a oposição de direita voltasse a governar após o pleito marcado para domingo (28).
Anteriormente, a seguinte declaração de Maduro gerou polêmica, com críticos sugerindo que o mandatário não aceitaria um revés nas urnas: “O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória no dia 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.
O presidente Lula, então, após já ter conversado com Maduro para aconselhá-lo a respeitar o processo democrático, afirmou que "quem perde leva um banho de votos, não um banho de sangue", e que o presidente da Venezuela deveria aprender que "quando se ganha, se fica, e quando se perde, vai embora e se prepara para outras eleições".
No entanto, segundo Stedile, as declarações de Maduro são justificadas. Ele citou exemplos passados de líderes regionais que viram seus países mergulharem no caos por conta de forças direitistas. E também denunciou a hipocrisia dos meios de comunicação hegemônicos. Confira abaixo a íntegra da postagem na rede social X (antigo Twitter):
Maduro comentou, em 18 de julho, que “a derrota do governo poderia levar a uma situação de instabilidade política" com a violência provocada "pelos fascistas" e que o país poderia cair em uma “guerra civil” e ter "um banho de sangue" caso o governo saia derrotado.
Imediatamente, a imprensa burguesa do Brasil e de todo o mundo estampou a manchete: "Se perder, Maduro ameaça com banho de sangue".
Maduro tem ou não razão em denunciar? Vocês se lembram o que aconteceu em Honduras, quando tiraram o Zelaya? E no Peru, quando tiraram o Castillo? No Equador? A violência se implantou sempre por forças direitistas, milícias e polícias.
Nos Estados Unidos, Trump não quis reconhecer o resultado. Aqui no Brasil, se tivesse havido reação popular no 8 de janeiro em defesa da democracia, não teria havido um cenário de extrema violência? De quem partiria a violência?
Infelizmente, muita gente ainda se deixa (??) iludir pela vontade da burguesia expressa em sua imprensa. Assim, esquecem ou ignoram a realidade factual. Só resta a hipocrisia.
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