Venezuela liberta 223 detidos em protestos pós-eleição
Até o momento, um total de 956 detidos foram liberados durante a revisão judicial iniciada em novembro
247 - O Ministério Público da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (23) a libertação de 223 detidos, elevando para 956 o número total de presos liberados durante a revisão judicial iniciada no mês passado, segundo a agência AFP. A medida acontece em meio a uma onda de protestos e crescentes pressões por parte de organizações de direitos humanos e familiares dos detidos, que intensificaram suas manifestações exigindo soltura antes do Natal.
Segundo a Procuradoria, a revisão de casos foi feita em coordenação com os tribunais penais, resultando na soltura de 177 pessoas durante a manhã e outras 46 à tarde. Entre os beneficiados está Edward Ocariz, defensor de direitos humanos e fundador do Comitê de Direitos Humanos de Coche, conforme relatado pela ONG Provea.
A decisão do governo de Nicolás Maduro ocorre em um contexto de severa contestação eleitoral. Após a reeleição do ditador para um terceiro mandato, manifestações lideradas pela oposição de María Corina Machado e seu candidato Edmundo González tomaram o país. A oposição afirma que González venceu as eleições e denuncia fraudes, incluindo a ausência da publicação das atas eleitorais, como exige a lei venezuelana.
Desde novembro, mais de 2.400 pessoas foram detidas sob acusações de terrorismo e incitação ao ódio, muitas delas sem mandado de prisão, segundo familiares e organizações como a ONG Foro Penal. Os relatos de maus-tratos, tortura e até mortes sob custódia chamaram atenção internacional.
Os protestos deixaram um saldo de 28 mortos e quase 200 feridos, intensificando as críticas à repressão chavista. Entre os libertados há adolescentes, mas o número exato não foi divulgado. A maioria dos detidos que foram colocados em liberdade recebeu medidas cautelares, de acordo com a Foro Penal.
A reeleição de Nicolás Maduro foi amplamente contestada pela comunidade internacional. Estados Unidos, União Europeia e várias nações latino-americanas não reconheceram o resultado devido às suspeitas de fraude eleitoral.
O Brasil, por sua vez, mantém uma posição cautelosa, cobrando a divulgação das atas eleitorais, mas sem reconhecer oficialmente o opositor González como presidente eleito. A posse de Maduro para um terceiro mandato está marcada para 10 de janeiro.
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