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Venezuela quer banir observadores estrangeiros de eleições

Proposta foi feita após a ONU divulgar relatório acusando o Conselho Eleitoral de não garantir os princípios essenciais de transparência e integridade

Venezuela (Foto: Reuters)

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Ansa - O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, propôs uma reforma da lei eleitoral em seu país para proibir a presença de observadores "estrangeiros".

"Proponho fazer uma reforma nas leis eleitorais da Venezuela para que nenhum estrangeiro possa voltar a tomar posição sobre qualquer coisa que tenha a ver com eleições da Venezuela", afirmou o deputado chavista durante discurso.

"Por que eles têm que vir? Em nome de quê? Que tipo de capacidades eles têm?", acrescentou.

Durante a sessão do Parlamento, Rodríguez também chamou de "lixo" o grupo de especialistas da ONU que escreveu um relatório sobre as eleições de 28 de julho e o Centro Carter. A dura crítica foi feita poucas horas antes do porta-voz do Secretariado Geral das Nações Unidas anunciar a publicação do documento de forma pública. 

"Este grupo de especialistas é um grupo de lixo que não cumpre a sua palavra porque assinaram dizendo que o relatório seria apenas privado e que apenas a justiça eleitoral da Venezuela e o secretário-geral das Nações Unidas seriam informados. Mas já disseram que vão tornar isso público", comentou Rodríguez.

No relatório, a ONU acusou o Conselho Eleitoral da Venezuela (CNE) de não garantir os princípios essenciais de transparência e integridade, fundamentais para eleições credíveis.

O texto elaborado por um grupo de observadores eleitorais da ONU alerta ainda que a instituição venezuelana "não seguiu as normas nacionais e não respeitou os prazos".

Segundo especialistas, anunciar o resultado de uma eleição sem publicar a ata "é algo sem precedentes nas eleições democráticas contemporâneas".

Os observadores afirmaram ainda ter analisado "uma pequena amostra" dos relatórios apresentados pela oposição e sustentam que estes "têm todas as características de segurança dos resultados originais".

O governo de Caracas rejeitou as conclusões do relatório que, segundo um comunicado publicado pelo chanceler venezuelano, Yvan Gil, "divulga uma série de mentiras, violando em conteúdo e método não só os princípios que regulam o funcionamento dos grupos de especialistas, mas também os termos assinados com o presidente eleitoral venezuelano".

Na nota, Gil enumera um a um os nomes dos membros da delegação de observação eleitoral das Nações Unidas, entre eles o "chefe da missão Domenico Tuccinardi".

"A missão teve amplo acesso a todas as fases do processo eleitoral, do qual Nicolás Maduro saiu vencedor" e conseguiu "verificar o excelente funcionamento do sistema venezuelano, razão pela qual o parecer emitido nada mais é do que um ato de propaganda", concluiu o chanceler venezuelano.

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