Venezuela revoga convite a observadores eleitorais da União Europeia para eleição presidencial de julho
As sanções da UE são colonialistas e "coercitivas, unilaterais e genocidas", afirmou Elvis Amoroso, chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)
Por Vivian Sequera
CARACAS (Reuters) - A Venezuela revogou seu convite para que a União Europeia envie observadores eleitorais ao pleito presidencial marcado para julho, disse Elvis Amoroso, chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta terça-feira.
No início deste mês, a UE removeu temporariamente as sanções individuais contra Amoroso, medida que ele minimizou, dizendo que todas as sanções contra a Venezuela deveriam ser suspensas.
Pouco depois, o Legislativo controlado pelo governo aprovou uma medida para pedir ao CNE que revogue o convite para os observadores eleitorais da UE.
"Eles não são pessoas dignas de vir a este país… enquanto mantiverem sanções", afirmou Amoroso, ao ler um comunicado na televisão estatal.
As sanções da UE são colonialistas e "coercitivas, unilaterais e genocidas", acrescentou Amoroso, na declaração.
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a Comunidade do Caribe (Caricom), e um painel de especialistas das Nações Unidas, além da União Africana e do Centro Carter, entre outros, participarão como observadores, acrescentou Amoroso.
A votação de julho será a primeira vez em uma década que a oposição, que boicotou a eleição de 2018, participará de uma disputa presidencial.
O presidente Nicolás Maduro, do partido Socialista, buscará seu terceiro mandato, enquanto o ex-embaixador Edmundo Gonzalez se candidatou em nome de uma grande coalizão de oposição.
O governo de Maduro chegou a um acordo com a oposição no ano passado para realizar as eleições, o que levou os EUA a temporariamente afrouxarem sanções ao setor do petróleo da Venezuela.
Depois, em abril, Washington restaurou as sanções à indústria petrolífera venezuelana, argumentando que o governo do país não havia feito o suficiente para que o processo eleitoral seja justo.
A oposição criticou duramente a forma como o governo lidou com a eleição, especialmente após a vencedora das primárias, Maria Corina Machado, ter a proibição de ocupar cargos públicos confirmada pelo tribunal superior do país, forçando a escolha de Gonzalez como substituto.
(Reportagem de Vivian Sequera)
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