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    Arnóbio Rocha

    Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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    A Abin de Ramagem e general Heleno protegia os crimes da família Bolsonaro

    "Uma pergunta surge imediatamente: Por que Ramagem gravou seus chefes?", indaga Arnóbio Rocha

    Alexandre Ramagem, Jair Bolsonaro e general Augusto Heleno (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | Isac Nóbrega/PR | Carolina Antunes/PR)

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    As forças autoritárias e seus líderes são sempre tomados por paranoias e medos, inclusive com seus círculos mais próximos, temendo traições e se tornando reféns de informações coletadas ilicitamente. Não é surpresa que Bolsonaro e seus íntimos partidários se gravassem; o resultado último desse comportamento é chantagem e obtenção de vantagens.

    O áudio encontrado em um aparelho de Alexandre Ramagem, ex-diretor da ABIN, registra Bolsonaro, General Heleno e uma advogada de Flávio Bolsonaro discutindo estratégias de defesa do senador e filho de Bolsonaro no caso das rachadinhas. A principal linha discutida entre eles era difamar e ameaçar os auditores fiscais que conduziam as investigações.

    Uma pergunta surge imediatamente: Por que Ramagem gravou seus chefes? Ele era subordinado do General Heleno, que comandava a GSI, e, obviamente, de Bolsonaro.

    Hoje, 11.07.2024, a Polícia Federal realiza mais uma operação determinada pelo Ministro Alexandre de Moraes, no inquérito da ABIN Paralela, também conhecido como Gabinete do Ódio.

    As informações são de arrepiar: a quantidade de pessoas monitoradas ilegalmente pela ABIN, ou por seus agentes, inclui até mesmo aliados próximos ao Bolsonarismo, o que nos remete à paranoia das mentes autoritárias e pouco afeitas à democracia.

    Entre os monitorados estão políticos, deputados e senadores, aliados íntimos como Arthur Lira, ministros do STF (com ameaças de morte ao Ministro Alexandre de Moraes), até o Ministro Fux, jornalistas, servidores públicos e o ex-governador João Doria. Uma situação similar ao velho SNI da ditadura, a maior referência de Bolsonaro e sua família.

    E os outros supostos 30 mil nomes que o programa israelense, First Mile, comprado e usado ilegalmente, com a base de dados fora do Brasil?

    A sociedade precisa saber que foi vítima dessa paranoia de perseguição autoritária, de um grupo que continua forte e com risco de voltar.

    É preciso prender e punir todos os envolvidos nesses crimes nefastos contra as instituições e contra a democracia.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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