A cadeirada sintetiza a miséria moral da mídia corporativa
A cadeirada em pleno debate em uma concessão pública de TV sintetiza essa submersão midiática ao esgoto da degradação nacional
A cena da cadeirada é, também, reveladora do absoluto esvaziamento de princípios da mídia corporativa brasileira.
Sem bússola moral ou ética, destituída de caráter ou respeito, se tornou incapaz de definir limites contra baixaria ou violência.
A naturalização ou minimização das agressões soa como permissão.
A formação de um bloco sólido de mídia, ancorado nos valores humanos e ciente do papel social, preveniria neofascismos.
Ataques indecentes de coachs e afins seriam repelidos e obstruídos de cara sob parâmetros claros e intransigentes.
Delinquências sequer teriam espaço para insuflar ânimos.
Mas a tolerância reiterada e vexaminosa a violências e o pacto ideológico com o extremismo e o mercado subtraíram a fibra moral para se contrapor a tudo isso.
Essa mídia não tem voz, autoridade ou coragem de definir limites, filtros, critérios de dignidade para impedir agressões verbais, físicas.
Faz parte do lamaçal de baixarias do coach porque projeta e exalta charlatães como analistas do pais.
Endossa agressões físicas porque cultua a violência policial e defende a força bruta como regulador do ativismo social.
É incapaz de condenar fascismo, inventa falsas simetrias, distorce, mente.
A cadeirada em pleno debate em uma concessão pública de TV sintetiza essa submersão midiática ao esgoto da degradação nacional.
Reflete o paroxismo da falta irrestrita de senso crítico, consciência coletiva, apego ao humanismo e à justiça social.
É fruto da condescendência - é barbárie anunciada.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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