A cultura do grotesco no Brasil
É lamentável que se confunda o que os americanos chamam de "kitsch" dos da zombaria e o escárnio dos nossos brincantes
O Brasil não é um país de cultura puritana, nem faz do trabalho um fim em si mesmo, como se fosse uma religião. Como já se disse uma vez, pensamos antes no usufruto do que no esforço para alcançá-lo. Não somos adeptos de um puritanismo ascético, estamos mais próximo do hedonismo ou fo dionisiaco
Para nós a brincadeira e o lúdico, não o trabalho, são a chave hermenêutica do nosso ser. O que corresponde a essa alma dionisíaca é a estética do grotesco, picaresco ou a ironia ou achincalhe. 0 carnaval é a nossa festa característica, nela o grotesco reina soberano.estamos longe de uma visão apolínea, socrática do mundo.
A cultura de massas -, que é um negócio - pode se apropriar do grotesco para seus próprios interesses mas ela em si mesma não é grotesca, é comercial . entender o país pela ótica do grotesco é enxerga,-la como.um grande circo, onde o picaresco é a atração principal. Não é à toa que certos personagens e autores são tão populares entre o público.
Agora, confundir essa cultura com a cultura de massas eletrônica ou não é um grande equívoco e não entende o seu significado.
É lamentável que se confunda o que os americanos chamam de "kitsch" dos da zombaria e o escárnio dos nossos brincantes.
É nivelar muito por baixo o significado da cultura do grotesco e seu espírito zombeteiro e crítico. Enquanto a cultura de massas é obra de mascate que pretende vender e ganhar às custas da infantilização do povo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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