A reeleição de Lula e a dor de cabeça dos Faria Limers
“Desculpe o auê, eu não queria magoar você”, mas o procedimento pelo qual Lula passou foi um sucesso
Nesta terça-feira (10/12), mal havia terminado a cirurgia para a drenagem de um hematoma entre o crânio e o cérebro do presidente Lula, o andar de cima já festejava a notícia. A bolsa subiu e o dólar chegou até a cair um pouco. Excitados, os homens do tal mercado já davam como certa a impossibilidade de Lula disputar a reeleição em 2026.
Em resposta aos homens do mercado, utilizo um trecho de um dos sucessos de Rita Lee: “desculpe o auê, eu não queria magoar você”, mas o procedimento pelo qual Lula passou foi um sucesso. Ele está lucido e retorna ao trabalho na semana que vem. Portanto, no momento adequado, Lula vai decidir se irá ou não para um quarto mandato.
Seja qual for a decisão, uma coisa é certa: a campanha de 2026 já está nas ruas e passa, obrigatoriamente, pelas articulações do presidente Lula.
No mais, é fundamental que nos próximos dois anos o governo acerte de vez a sua comunicação com o eleitor. Pesquisa Quaest divulgada hoje (11/12) traz números que comprovam isso. No quesito informação, 41% dos entrevistados dizem ter visto mais notícias negativas sobre o governo do que as positivas, que são apontadas por 32% dos pesquisados. Sobre os dois maiores acertos do governo Lula, 5% apontaram o Bolsa Família, o programa de transferência de renda criado por Lula há 21 anos.
Em segundo lugar aparece a melhora na economia com 3%. E pasmem, 69% não sabem apontar nada de bom ou de ruim. Ou seja, 7 em cada 10 brasileiros não sabem, por exemplo, que a taxa de desemprego é a menor desde 2012. Ou ainda que, neste ano, o Brasil alcançou o segundo lugar no ranking do crescimento do PIB. Desconhecem que 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza nos dois últimos anos. E não têm a menor ideia de que indústria e o comércio voltaram a crescer, que obras importantes de infraestrutura estão sendo entregues e que houve uma ampliação nos investimentos em educação, saúde e moradia.
Por outro lado, a pesquisa Quaest demonstra que o país continua polarizado entre a esquerda e uma extrema-direita que, no poder, foi um desastre na área econômica, política e social.
A aprovação do trabalho do presidente Lula se mantém estável com 52% de aprovação contra 47% de desaprovação.
Na semana passada, Lula reconheceu em um encontro do PT que seu governo tem errado na comunicação. Disse que pretende fazer como o ex-presidente do México Lopes Obrador: conversar todos os dias, através dos vários veículos de comunicação, com os brasileiros de baixo e do meio da pirâmide.
Essa comunicação direta é fundamental e não pode mais ser uma dor de cabeça para o presidente.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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