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Chico Vigilante

Deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF

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A resistência de Lula contra os cortes: um compromisso com os pobres e trabalhadores do Brasil

'Essa resistência é o que diferencia um governo verdadeiramente popular de um governo entregue aos interesses dos poderosos', escreve Chico Vigilante

Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O Brasil vive um momento delicado. De um lado, temos um presidente comprometido em não retirar dos mais pobres; do outro, pressões vindas do sistema financeiro, de especuladores e de parte da grande mídia que, com total desdém, defendem cortes severos em áreas essenciais. São, em sua maioria, representantes de uma elite que jamais sente o impacto dessas decisões na própria pele. Eles pressionam para que o sacrifício recaia sobre os mais necessitados – aqueles que, muitas vezes, mal têm uma refeição digna à mesa.

É fácil para esses analistas de poltrona, com seus privilégios, sugerirem que o presidente faça cortes nas políticas sociais. Eles pedem isso enquanto degustam vinhos caros, camarões e lagostas, em uma vida que está a anos-luz da realidade dos trabalhadores. Esses "especialistas" – muitos dos quais fazem carreira com palestras no mercado financeiro – exigem austeridade, mas apenas para os mais pobres. Querem que o peso das contas recaia sobre quem menos tem, sobre os que não dispõem sequer de um peito de frango para suas famílias.

O presidente Lula vive uma angústia real. Ele está resistindo bravamente, lutando para proteger os mais vulneráveis de cortes que são constantemente demandados pelo sistema. E essa luta também traz uma lição importante para os trabalhadores do Brasil: a necessidade de eleger não apenas um presidente progressista, mas uma bancada progressista. Se o Congresso Nacional tivesse uma maioria que representasse o povo e não os interesses dos bancos, Lula não estaria enfrentando esse cenário de resistência quase solitária. É a representação política que define o rumo das políticas públicas, e isso se faz nas urnas.

Se estivéssemos ainda sob o governo do capitão e de seu ministro da Economia, o especulador Paulo Guedes, o “facão” já teria passado por todas as conquistas dos trabalhadores. Em quatro anos, vimos direitos sendo reduzidos e políticas sociais sendo desmanteladas. Esse governo anterior não hesitava em sacrificar os mais necessitados em nome dos interesses do mercado. É um contraste gritante com o governo de Lula, que, com toda a pressão, está resistindo.

É fundamental que haja uma reflexão sobre o papel dos eleitos no Congresso e sua influência direta nas políticas que afetam o povo. Eleger um presidente comprometido com os mais pobres é apenas metade da batalha. Sem uma base de apoio progressista no Congresso, as medidas que protegem os mais pobres enfrentam obstáculos enormes, e o presidente acaba vivendo uma angústia constante para garantir que o governo não seja forçado a prejudicar a população mais carente.

Por isso, a resistência de Lula é tão importante. Ele está, sim, remando contra a maré e segurando os cortes exigidos por um sistema que não tem piedade pelos mais pobres. Este é o verdadeiro papel de um líder que representa o povo: proteger aqueles que realmente precisam, não aqueles que só querem lucrar mais.

Às vezes divagamos e refletimos sobre o peso desse sacrifício. Há momentos em que questionamos se todo esse esforço vale a pena, especialmente diante de uma sociedade que, por falta de formação e politização, nem sempre compreende o que está em jogo. Mas vale, sim. O presidente Lula está lutando para que o Brasil não siga pelo caminho do ajuste fiscal às custas dos mais pobres. Ele está resistindo e fazendo o que pode para preservar a dignidade do povo.

Agora, é preciso questionar o que realmente precisa ser cortado. Não são as políticas sociais, mas sim as taxas de juros, que drenam bilhões todos os anos dos cofres públicos. Cada aumento de 1% na taxa de juros significa um custo de R$ 80 bilhões anuais para o país. Esse é o verdadeiro peso que precisamos reduzir.

Espero que o ministro Haddad, em quem confio profundamente, esteja ao lado do presidente nessa resistência. Não podemos repetir o erro de arrumar as contas públicas enquanto a população sofre, apenas para que, no final, a direita retome o poder e desfaça tudo o que foi conquistado. Não basta ter um caixa público saudável se, nas próximas eleições, entregamos o país novamente aos que não se preocupam com o bem-estar do povo.

O governo de Lula deve ser para o povo. Não há espaço para tirar dos pobres para sustentar privilégios dos ricos. Aqueles que realmente precisam de assistência e suporte são os trabalhadores, os mais humildes, e é por eles que Lula luta. Essa resistência é o que diferencia um governo verdadeiramente popular de um governo entregue aos interesses dos mais poderosos.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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