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    Valéria Guerra Reiter

    Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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    A sociedade do deus-homem: servos, escravos e internautas

    Há poucos fósseis para comprovar a linearidade evolutiva, o véu do capitalismo vela a realidade, com seu interesse comercial acima de tudo

    Prédio do Ministério da Fazenda em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    O meio ambiente foi recriado diversas vezes. O planeta está passando por sucessões inorgânicas e orgânicas.

    O habitat humano, sua casa, está sob bombardeio peremptório. Há poucos fósseis para comprovar a linearidade evolutiva, o véu do capitalismo vela a realidade, com seu interesse comercial acima de tudo.

    As narrativas que contam a história da humanidade, enquanto gênero Homo possuem vertentes filosóficas, religiosas, científicas, porém a verdade ainda está soterrada nos sítios arqueológicos inexplorados e nos livros queimados.

    O belicismo é produtivo, vide as guerras com suas reconstruções.

    Henrique tinha vinte e sete anos e acreditou na sociedade do deus-homem com suas falhas e interesses levianos camuflados e por fenóis. A vulgaridade e a vaidade se assenhorearam da mentalidade dos chamados “internautas”, ou melhor, “escravos cibernéticos”: pessoas que sob o condão do apego apaixonado são “encantadas” por toda sorte de mídias com conteúdo vulgar e/ou tosco, que vem tornando as mentes servis e de fácil manipulação.

    A obstinação também é uma forma de escravidão: refletiu Judith Butler em “A vida psíquica do poder”.

    Porém nem todos são obstinados; o ecossistema social abriga espécimes segregados do tipo inconscientes. Fauna e flora naturais resistem a toda sorte ou antissorte de sujeições advindas do animal Homem.

    A sociedade nacional em sua maioria não sabe que a mitologia é um tipo de história, com seus semideuses, deuses e mitos.

    A população desconhece conceitos e retóricas, e portanto se deixa devorar por oportunistas de plantão, assim como a gazela saltitante e inocente, perante a sagacidade do leão.

    Houve sempre um poder externo a nós, mas houve sempre o elemento resistência, como atributo negociador da alma humana. Ser um receptáculo passivo não precisa estar no script do ator social.

    Rejeitar os ditames da tecnologia aliada à desumanidade “limitada cognitivamente” de uma maioria contemporânea é não ser este receptáculo passivo; já que até a Ética precisa ser criticada, segundo o filósofo Foucault.

    Então caros leitores, reflitamos a partir dos próximos trechos para deixarmos de ser apenas receptáculos passivos.

    “O Ministério da Fazenda está avaliando a proposta de modificar as regras orçamentárias para os setores de saúde e educação, visando alinhar o aumento dessas despesas ao limite de crescimento real do conjunto dos gastos federais, fixado em até 2,5% ao ano. Este estudo inclui a análise de mudanças nas regras para benefícios previdenciários específicos, como o auxílio por incapacidade temporária, que seriam ajustados para não seguir o salário mínimo. As informações foram reportadas inicialmente pela jornalista Adriana Fernandes, da Folha de S. Paulo.

    Além do Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, o Ministério do Planejamento, sob a gestão de Simone Tebet, está desenvolvendo propostas que serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança nas regras dos pisos constitucionais de saúde e educação, que atualmente crescem mais rapidamente do que outras despesas, é vista como necessária para a sustentabilidade fiscal. O piso da saúde corresponde a 15% da receita corrente líquida, enquanto o da educação é de 18% da receita líquida de impostos”. (Fonte 247)

    E agora eleitor?

    “Na mitologia grega, a Hidra de Lerna aparece como um monstro com corpo de dragão e várias cabeças de serpente. Quando uma de suas cabeças era cortada, outras apareciam em seu lugar.

    Quem será a Hidra de Lerna na Sociedade do deus-homem?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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