"America First" significa pisotear a liberdade de expressão nos EUA para ajudar Israel
Tudo de ruim que acontecer sob o governo Trump terá acontecido porque o Partido Democrata foi corrupto e perverso demais para fazer uma campanha boa
Publicado originalmente no Substack da autora em 16 de novembro de 2024
Há um vídeo de Donald Trump circulando, no qual ele diz — enquanto está parado em frente a uma bandeira de Israel — que, em sua primeira semana no cargo, vai acabar com a "propaganda antissemita" nos campus universitários em todo os Estados Unidos. Como qualquer pessoa que esteja prestando atenção sabe, isso significa, obviamente, acabar com discursos críticos a Israel e suas atrocidades genocidas.
Esse clipe gerou controvérsia nas redes sociais, mas o curioso é que ele é, na verdade, um vídeo antigo ressuscitado de um evento de campanha de Trump em setembro. Trump foi eleito enquanto fazia abertamente uma campanha contra a liberdade de expressão, mesmo enquanto seus apoiadores o promoviam como um defensor dessa mesma liberdade. Ele também fez campanha para prender quem queimar bandeiras, vale ressaltar.
Trump literalmente parado diante de uma bandeira israelense e prometendo destruir a liberdade de expressão em prol dos interesses de informação de Israel desmascara tudo o que o chamado "movimento MAGA" sempre alegou representar e expõe a farsa que sempre foi.
Os apoiadores de Trump já estão se esforçando para justificar as escolhas belicistas do seu gabinete e a sua promessa de reprimir a liberdade de reunião nos campus universitários, mesmo antes de ele assumir a presidência. Essas pessoas não pressionarão Trump a acabar com guerras e a lutar contra o autoritarismo. Elas vão se submeter e inventar desculpas durante todos os quatro anos, assim como fizeram da última vez. Elas não são populistas anti-establishment, apenas querem se sentir como se fossem.
Já disse antes e direi novamente: os apoiadores de Trump são apoiadores de George W. Bush interpretando apoiadores de Ron Paul.
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Na quinta-feira passada, o New York Times relatou que Elon Musk se encontrou com o embaixador do Irã nas Nações Unidas em nome do governo Trump para discutir a possibilidade de aliviar tensões no Oriente Médio, para grande alegria dos apoiadores de Trump. No sábado, a CNN relatou que o Irã nega que qualquer reunião tenha ocorrido, e o Financial Times informa que o governo Trump está, na verdade, preparado para intensificar as agressões contra o Irã assim que Trump assumir o cargo.Os apoiadores de Trump citaram a estória de Musk como evidência de que Trump pretende fazer as pazes com o Irã, e você pode esperar que eles ignorem a matéria do Financial Times ou a transformem em algum movimento de "xadrez 87-D" destinado a promover a "paz através da força".
Qualquer pessoa que passe o seu tempo defendendo qualquer presidente dos EUA contra críticas à sua servidão ao império é um bajulador patético e adorador de poder. É uma maneira embaraçosa e indigna de viver, e os apologistas de Trump deveriam se sentir mal por isso.
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Adoro quando algo acontece que nem sequer está entre as 100 piores coisas que aconteceram aos palestinos nos últimos 13 meses, e liberais que ignoraram Gaza durante todo esse tempo dizem: ESPERO QUE TODOS VOCÊS ESQUERDISTAS E MUÇULMANOS IDIOTAS ESTEJAM FELIZES COM SEU VOTO DE PROTESTO!
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Kamala Harris: Eu amo Dick Cheney, tenho uma arma, odeio imigrantes e qualquer um que defenda os palestinos, e serei muito mais belicista com o Irã do que Trump.
Pundits liberais: Kamala perdeu porque foi progressista demais.
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A progressista do Instagram Alexandria Ocasio-Cortez declarou na MSNBC que Tulsi Gabbard, a escolha de Trump para chefe de inteligência, é "pró-guerra", apesar dos seus esforços para se apresentar como anti-guerra.
Esta é uma daquelas declarações desonestas quando saem da boca de quem as diz, mas que seriam verdadeiras se outra pessoa as dissesse. É verdade que Gabbard é uma apologista do genocídio belicista que apoia todas as coisas perversas que Biden está fazendo no Oriente Médio agora, mas ela é menos belicista do que os monstros do pântano assassinos que AOC passou o último ano apoiando e promovendo. Pelo menos Gabbard promoveu a diplomacia em vez da guerra na Ucrânia, enquanto a própria AOC promoveu e defendeu a guerra por procuração dos EUA desde o início.
Todo o teatro de AOC é falar como uma socialista anti-imperialista enquanto age como uma serviçal-padrão do império, e este é mais um bom exemplo disso.
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Tudo de ruim que acontecer sob o governo Trump terá acontecido porque o Partido Democrata foi corrupto e perverso demais para fazer uma campanha boa, com uma boa plataforma e um bom candidato.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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