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    Líbano confirma que recebeu proposta de cessar-fogo em meio à resistência do Hezbollah

    Combatentes xiitas resistem fortemente à invasão israelense e impõem crescentes perdas ao exército agressor

    Bandeiras do Hezbollah e de Israel (Foto: Dado Ruvic / Reuters)

    247 - O presidente do Parlamento Libanês, Nabih Berri, confirmou nesta sexta-feira (15) que recebeu uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo no Líbano, afirmando que "o clima é positivo".

    "O trabalho está progredindo, o clima é positivo, e precisamos monitorar os resultados", disse Berri ao jornal local Asharq Al-Awsat, citado pela Xinhua.

    Berri negou que a proposta inclua a liberdade de movimento para o exército israelense no Líbano, destacando que "isso é inaceitável e nem sequer pode ser discutido; não podemos aceitar qualquer violação de nossa soberania".

    Ele revelou que a proposta prevê a criação de um comitê composto por vários países ocidentais para supervisionar a implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

    A resolução pôs fim à última rodada de conflito entre o movimento xiita libanês Hezbollah e Israel em 2006 e estipula que o sul do Líbano deve estar livre de armas que não pertençam ao Estado libanês.

    "Há uma discussão atualmente em andamento sobre o mecanismo alternativo proposto, e não o seguiremos, pois existe um mecanismo claro que pode ser implementado", disse ele, referindo-se à força internacional que opera no sul do Líbano, responsável por monitorar a implementação da Resolução 1701.

    Nesta quinta-feira (14), o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, informou ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante sua visita a Washington que Israel pretende acelerar a conclusão de um acordo de cessar-fogo no Líbano, relatou o Washington Post, citando autoridades israelenses atuais e ex-oficiais.

    Durante sua visita aos EUA no domingo, Dermer teria passado pela residência de Trump em Mar-a-Lago, antes de seguir para a Casa Branca, onde informou funcionários da administração do presidente em fim de mandato Joe Biden sobre o progresso das negociações relativas ao Líbano.

    "Há um entendimento de que Israel daria algo a Trump... que em janeiro haverá um acordo sobre o Líbano", disse um dos oficiais israelenses ao jornal.

    Na residência de Trump, as partes discutiram a proposta de Israel para um cessar-fogo no Líbano, com mediação ocidental e russa, em um esforço para proporcionar ao presidente eleito uma vitória precoce em política externa. Um oficial militar israelense também revelou que planos estão sendo desenvolvidos para intensificar as operações terrestres no Líbano caso as negociações fracassem.

    Enquanto isso, as Forças de Defesa de Israel reafirmaram no dia anterior sua intenção de alcançar seus objetivos no Líbano, apesar do progresso nas negociações de cessar-fogo e da vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA.

    Nesta sexta-feira, combatentes do Hezbollah atacaram mais de dez concentrações de militares das Forças de Defesa de Israel em diferentes trechos da fronteira libanesa-israelense, informou o movimento em declarações, citadas pela Sputnik. Segundo os relatos da resistência, os ataques foram realizados com foguetes e artilharia contra tropas israelenses que tentavam concentrar suas forças tanto em assentamentos fronteiriços israelenses quanto no território libanês em Khiyam e Odaisseh. Os ataques de projéteis do Hezbollah contra Israel não cessaram, e o movimento disse que chegou a atacar o Ministério da Guerra em Tel Aviv na última semana. 

    Desde 1º de outubro, Israel tem conduzido uma operação terrestre contra forças do Hezbollah no sul do Líbano. Apesar das baixas, o movimento libanês tem combatido as tropas israelenses no terreno e lançado foguetes através da fronteira. Israel afirma que seu principal objetivo é criar condições para o retorno de 60.000 residentes que fugiram dos bombardeios no norte. 

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