Bolsonaro quer ser preso hoje ao pedir intervenção dos EUA no Brasil?
"Crime de lesa-pátria passar informações a uma nação estrangeira e pedir sua intervenção no Brasil, com o surrado argumento de 'salvar o Brasil'", diz Arnóbio
O que pretende Bolsonaro?
Bolsonaro declara, no Instagram, que os novos acordos entre Brasil e China, feitos na reunião do G20 no ano passado, no Rio de Janeiro, não são apenas de energia e alimentos, mas algo mais sério, até mesmo a construção de uma bomba atômica. Ele finaliza dizendo:
"Eu já passei tudo para a equipe do Trump, pois eles têm preocupação com o Brasil, e eu não quero que o Brasil se consolide como uma nova Venezuela."
É GRAVÍSSIMO! Crime de lesa-pátria passar informações a uma nação estrangeira e pedir sua intervenção no Brasil, com o surrado argumento de “salvar o Brasil”.
Abre-se um leque de hipóteses que precisam ser analisadas e uma atitude urgente precisa ser tomada:
- Bolsonaro partiu para tudo ou nada, abandonou a perspectiva de defesa jurídica no STF porque sabe que será condenado rapidamente. Ele já está inelegível;
- A politização de sua situação é o centro da tática de “salvar o Brasil”, leia-se, salvar a si mesmo e à sua família, visto que o número 02 está nos EUA e enfrenta a possibilidade de perder seu passaporte;
- Essa politização (radicalização), usando a patriotada, está em linha com a convocação do dia 16/03, em que a extrema-direita se mobiliza. O eixo pode ser deslocado, ou melhor elaborado, de “anistia” para “Salvar o Brasil do comunismo”;
- Bolsonaro pode forçar sua própria prisão, como um desejo, uma justificativa para ela. De imediato, sua fala cumpre um dos pressupostos da prisão cautelar ao incitar a desordem pública, criando um caos político em nome do “Salvar o Brasil”;
- A ideia tem verossimilhança com a lenga-lenga do patriotismo esquizofrênico: pedir a uma nação estrangeira que “salve o Brasil”. Mas há uma lógica — na narrativa dele, estão defendendo Deus, Pátria e Família contra o “comunismo”;
- A posição delicada de apoio ao governo Lula 3, com um desgaste milhões de quilômetros acima do que é real, azeitado pela mídia corporativa, ajuda objetivamente a tática de Bolsonaro e endossa essa estratégia aparentemente suicida;
- Há um método claro de fazer política e de se comunicar: reduzir tudo a pequenas “verdades”. No passado, a esquerda era mestra nisso, e agora a extrema-direita entendeu e faz com exatidão.
É preciso que o STF tome uma decisão imediata e que o governo se prepare para enfrentar um “novo 8 de janeiro” — sem exageros, mas o 16 de março (os idos de março) bate à porta e assusta. Bolsonaro apresentou suas armas, foi direto e reto. Pode ter feito uma jogada de mestre, mas também pode ter se arrebentado. A palavra está com o ministro Alexandre de Moraes: pedir a prisão — o que pode ser o desejo de Bolsonaro — ou manter a frieza?
Caso o ministro Alexandre de Moraes opte (corretamente) pela prisão imediata de Bolsonaro, por nova conspiração e por ter dado causa à sua prisão, o governo Lula precisa redobrar sua capacidade de governar, pois se abre uma crise imensa, sem precedentes. Governadores, Congresso e sociedade precisam se mobilizar para esperar o pior.
Mais ainda, mesmo que o ministro Alexandre de Moraes não decrete a prisão de Bolsonaro, essa declaração, esse chamamento, essa convocação para uma intervenção externa — aliás, seus dois filhos vêm pedindo aos EUA que intervenham no Brasil — já eleva o 16 de março a outro patamar. Pode ser um dia terrível para o Brasil. A rearticulação golpista e o enfrentamento ocorrerão em uma nova escala. A reforma ministerial passou do ponto, e a conjuntura pode mudar de vez.
Quem segura?
A palavra deve ser: PRISÃO JÁ! Defesa da Democracia.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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