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    José Reinaldo Carvalho

    Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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    BRICS realiza na Rússia a Cúpula do Sul Global, cooperação, desenvolvimento e paz

    A 16ª Cúpula do BRICS foi um salto na ascensão da multipolaridade e favorece a luta dos povos por sua emancipação nacional e social

    Chefes de Estado na Cúpula do Brics, Kazan 2024 (Foto: Global Times )

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    José Reinaldo Carvalho - A 16ª cúpula do BRICS, realizada em Kazan, Rússia, é um marco histórico na luta pela nova ordem econômica e política mundial. Sob a firme e lúcida liderança de Vladimir Putin, este encontro consolida o BRICS como a coluna mestra do mundo multipolar, um espaço de resistência contra a hegemonia do imperialismo estadunidense e seus parceiros e uma plataforma de defesa dos interesses das nações emergentes do Sul Global. A cúpula deste ano destaca-se por reafirmar os princípios de autodeterminação nacional, justiça social e paz, e a importância de um multilateralismo genuíno na construção de uma ordem internacional mais justa e inclusiva, luta que é impulsionada pelos movimentos independentes dos povos.

    A Cúpula de Kazan consolida o BRICS como legítimo intérprete dos anseios e demandas dos povos oprimidos e espoliados pelas potências imperialistas, dando voz ao Sul Global e colocando-o no centro dos embates geopolíticos. A Rússia de Putin e a China de Xi Jinping, com sua visão de um futuro compartilhado para a humanidade, fortalecem sua aliança como um motor de transformações globais e se tornam artífices da nova era multipolar.

    A inclusão de novas nações, como parceiras, ao BRICS é outra vitória da cúpula de Kazan. A expansão do bloco representa um passo decisivo na construção de uma nova ordem global, solidificando o papel do BRICS como o principal vetor de mudanças profundas. Para a América Latina é motivo de orgulho a incorporação de Cuba e Bolívia ao bloco nessa categoria. São duas nações que se distinguem como baluartes da resistência ao imperialismo e que carregam consigo a chama da luta pela integração latino-americana e pela justiça social. Esses países são parceiros naturais do BRICS, aliados na construção de uma América Latina soberana e unida.

    É deplorável que a Venezuela, com sua longa trajetória de luta pela autodeterminação e resistência às pressões imperialistas, não tenha sido convidada a se tornar país parceiro do BRICS por falta de consenso, a partir da posição restritiva do Brasil. Mas nunca é demais ressaltar que sob a liderança do presidente legítima e democraticamente reeleito Nicolás Maduro a Venezuela é um pilar fundamental na construção de uma nova América Latina e do mundo multipolar, e sua ausência no BRICS é sentida profundamente. Acreditamos que sua inclusão teria sido um passo natural para fortalecer ainda mais essa coalizão de nações que compartilham a luta comum por um mundo de justiça, desenvolvimento e paz. 

    A Cúpula de Kazan também reforça o papel do BRICS na promoção de um sistema financeiro mais justo, um marco na luta pela independência econômica das nações em desenvolvimento. A indicação de adotar moedas nacionais nas transações comerciais e de criar meios de pagamento alternativos tem grande significado na construção de uma governança econômica mais equitativa, que respeita as particularidades nacionais e rompe com as amarras financeiras impostas pelo domínio do dólar. 

    Embora Lula tenha estado ausente fisicamente desta cúpula, o espírito de sua luta por justiça social e sua defesa incansável dos direitos dos povos do Sul Global também ressoaram em Kazan. Fosse outra a posição brasileira quanto à expansão do BRICS e à inclusão da Venezuela, sua liderança sairia, como de outras vezes, mais fortalecida. A liderança de Dilma Rousseff, à frente do Banco dos BRICS, também merece elogios. Dilma tem demonstrado um compromisso inabalável com a promoção de um desenvolvimento inclusivo e abrangente, alinhado com os objetivos do bloco. Sua presença reforça o papel do Brasil como um ator fundamental nessa coalizão global.

    O BRICS emerge desta cúpula fortalecido e com uma missão clara: defender a justiça, a igualdade, o desenvolvimento e a paz. O grupo se consolida como o principal fórum de resistência às práticas hegemônicas e neocolonialistas das potências imperialistas. 

    Ao reafirmar a defesa da reforma das instituições globais, como a ONU, e ao promover a inclusão de novas nações no bloco, o BRICS demonstra seu compromisso com a construção de um mundo em que a cooperação entre os povos prevaleça sobre as imposições unilaterais e as sanções arbitrárias. A luta pela paz e segurança coletiva, pelo desenvolvimento sustentável e pela justiça global continua sendo o norte que orienta essa coalizão. 

    O futuro do BRICS é promissor, será brilhante e esta cúpula histórica é apenas o início de uma nova era de mudanças. As nações que lutam pelo genuíno multilateralismo e sua completa independência só têm a ganhar apoiando e expandindo o BRICS, que se torna ao lado das lutas dos povos por sua emancipação nacional e social, um potente motor de transformações políticas e econômicas no mundo. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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