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    Denise Assis

    Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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    Celso Amorim rebate Zelensky: “não jogamos duro com a Ucrânia”

    'Tanto a China quanto o Brasil declararam que não acreditam num processo de paz sem a participação da Rússia', destacou Amorim à jornalista Denise Assis

    Volodymyr Zelensky | Celso Amorim (Foto: Reuters)

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    O assessor especial da presidência da República, e ex-chanceler, Celso Amorim, rechaçou por mensagem, ao 247, qualquer tentativa de enquadrar o Brasil como um país que toma partido no conflito entre a Rússia e a Ucrânia. A acusação partiu do próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em encontro com jornalistas latino-americanos. Depois de instado a falar sobre a posição do governo Lula, em vez de responder à pergunta feita, devolveu com o seguinte questionamento:

    “Como se pode priorizar a aliança com um agressor?”

    Em seguida disse que o Brasil jogava duro com o seu país.

    Amorim reagiu afirmando: “não jogamos duro com a Ucrânia, não defendemos a Rússia, mas estamos convencidos de que a paz só virá pelas negociações. E também achamos que a China terá um papel importante nesse processo”.

    Na fala do assessor especial da Presidência, está implícito que ele responde não só a Zelensky, como também às críticas que recebeu da mídia tradicional, por ter assinado uma nota conjunta com o chanceler chinês Wang Yi, durante visita à China, em que ambos afirmam que qualquer negociação para a paz entre Rússia e Ucrânia deverá ter à mesa também a Rússia.

    A afirmação se deu em virtude de a Suíça ter convocado uma reunião nesse sentido, nos dias 15 a 16 de junho, sem que estejam ambos os lados no diálogo, posição defendida pelo Brasil. Diga-se de passagem, que a China também já disse que não estará nessa negociação da Suíça, em que a Rússia não participa.

    A justificativa é uma posição comum entre os dois países. Tanto a China quanto o Brasil, declararam que não acreditam num processo de paz sem os russos.

    Amorim já esteve em visita tanto na Rússia quanto em Kiev, a pedido do presidente Lula. Desde o início a posição do Brasil tem sido clara e repetidas vezes o ex-chanceler já repisou que o nosso país condena a invasão da Rússia à Ucrânia, mas busca o diálogo acima de tudo, pois seu posicionamento é pela paz.

    O assessor especial da Presidência esteve em Pequim para uma visita oficial a convite do governo chinês. Durante sua viagem, ele se reuniu, conforme já citado, com o chanceler da China, Wang Yi, e juntos apresentaram uma proposta conjunta para as negociações de paz relacionadas à guerra na Ucrânia. Essa proposta ganhou destaque porque é a primeira vez que a China assina um documento desse tipo com um terceiro país sobre tema considerado, por aquele governo, como delicado.

    A proposta irritou Zelensky, mas tanto Brasil quanto China estão firmes na posição de que é a Rússia não pode ficar de fora das negociações para resolver o conflito. E, sim, o Brasil indicou que não deve participar na reunião na Suíça, nos dias 15 e 16, porque a Rússia não foi convidada. O texto da proposta conjunta também deixa claro que a China não estará presente, apesar dos apelos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que o país asiático participe do encontro marcado na localidade suíça de Bürgenstock.

    Além disso, o documento defende que haja esforços para aumentar a assistência humanitária e evitar ataques a civis. Brasil e China também apelam às partes em conflito para que respeitem três princípios: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte.

    Essa iniciativa demonstra a importância do diálogo e da negociação como a única solução viável para a crise na Ucrânia. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, a China tem mantido uma postura de defesa do diálogo, sem condenar Moscou pela violação da soberania do país vizinho.

    Celso Amorim também visitou a gigante de tecnologia Baidu em Pequim para conhecer seu projeto de inteligência artificial. Amorim chegou na quarta (23/05) a Pequim para uma visita oficial a convite do governo chinês. A viagem incluiu, além da capital, as cidades de Xian e Xangai. E uma visita à gigante de tecnologia Baidu, para conhecer seu projeto de inteligência artificial.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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