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    Brasil discutirá guerra na Ucrânia em reunião na Suíça, mas 'é absolutamente básico conversar com os russos', diz Amorim

    "Os russos não aceitarão nada que seja apresentado a eles como fato consumado. (...) Temos de trabalhar pela paz possível, não ideal", diz o diplomata

    Ex-chanceler Celso Amorim dá entrevista à Reuters em São Paulo 18/10/2022 (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

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    247 - O assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente da República, Celso Amorim, disse que o Brasil irá participar da convocatória da Suíça para discutir a guerra na Ucrânia, mas avalia como “baixa” a possibilidade de que o presidente Lula (PT) participe da reunião, marcada para os dias 15 e 16 de junho. Em entrevista ao jornal O Globo, Amorim afirmou que “é absolutamente básico conversar com os russos” sobre o conflito.

    "Os russos não aceitarão nada que seja apresentado a eles como fato consumado. Não entro no mérito de se é bom ou ruim, mas não será aceito. Temos de trabalhar pela paz possível, não ideal”, disse o ex-chanceler. O encontro, que conta com o convite a mais de 100 países, foi solicitado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas não terá representantes do Kremlin, o que, segundo Amorim, levanta dúvidas sobre a possibilidade de um acordo.

    “Nem mesmo tentativas de países como China e Índia foram bem sucedidas, o que consolidou dentro do governo brasileiro a ideia de que a iniciativa servirá, apenas, para mostrar que propostas que não contem com a participação da Rússia estão fadadas ao fracasso”, destaca um trecho da reportagem.

    Segundo Amorim, o Brasil tem acompanhado todos os debates pertinentes ao conflito e o país mantém a posição de defender que a Rússia participe das negociações. “Da maneira que a gente vê a situação, não haveria intenção de participação a nível presidencial, nem ministerial [na Suíça]”, disse Amorim. Ainda segundo ele, o Brasil vislumbra uma possibilidade de diálogo, aberta após o acordo firmado entre Rússia e Ucrânia para o retorno de crianças deslocadas pela guerra. “Claro que alguns poderiam dizer que é uma expressão de desejo, mas acho que há uma brecha na disposição para o diálogo, não em qualquer condição, mas há uma brecha [por parte dos russos]”, ressaltou o diplomata.

    Amorim, que deverá visitar a China entre os dias 20 e 29 de maio, também disse que o Brasil avalia como positiva a iniciativa do governo de Xi Jinping de discutir a guerra com a participação de representantes da Rússia na mesa de negociações. Segundo a reportagem, “a reunião ainda não tem data marcada, e tampouco está claro se seria uma cúpula de chefes de Estado, ou um encontro de ministros. Mas o assunto estará na agenda do assessor especial de Lula em sua visita à China, atendendo a um convite do chanceler chinês, Wang Yi”.

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