Congresso não é MMA. Arthur Lira precisa garantir o Regimento
"É preciso assegurar a normalidade das sessões, o respeito, o debate livre de ameaças e intimidações", defende Reimont Otoni
Hoje, terça-feira, 11/06, estamos de volta à atividade legislativa. Escrevo ainda na madrugada, na expectativa de saber como será a semana; sei o que foi a passada, quando o Congresso Nacional se viu envolvido em uma onda de ódio e violência sem precedentes.
Essa onda de terror percorreu várias sessões e comissões e atingiu o ápice nas inadmissíveis agressões à deputada pelo PSOL Luiza Erundina, de 89 anos, uma das figuras mais respeitadas do Congresso, decana da Casa, que passou mal e precisou ser internada.
A semana legislativa recomeça e impõe uma nova e firme postura ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP/AL) – é preciso garantir o cumprimento do Regimento da Casa, é preciso assegurar a normalidade das sessões, o respeito, o debate livre de ameaças e intimidações.
A onda de ódio atinge principalmente as mulheres parlamentares de esquerda e do campo democrático, que escutam todo tipo de impropérios e insinuações baixas. Guerreiras, elas não se intimidam, mas isso não diminui a violência dos ataques.
O Congresso Nacional não pode ser transformado em um deplorável palco de MMA, de provocações rasas e baratas sussurradas e repetidas até a reação da ofendida ou do ofendido, como vem sendo a tática da extrema direita, que deseja trocar o debate saudável pela força bruta.
Compreendo e exerço a política como um espaço de construção, em defesa das pessoas, especialmente das mais necessitadas, das que não têm voz ou meios de chegar às esferas de decisão e que nos elegeram para exercer essa representação. O Congresso é uma casa de leis, um espaço de promoção da vida, que, por sua natureza, não pode servir como um território de exclusão e de ódio.
Nós, parlamentares que lutamos em defesa da justiça socioambiental, da inclusão, da fraternidade, da Democracia e da igualdade, precisamos estar ainda mais unidos na defesa da Política com P maiúsculo e das nossas instituições. Precisamos repudiar a violência e lutar para garantir o pleno cumprimento do Regulamento Interno do Congresso Nacional.
A política do ódio nutre uma campanha subreptícia para desmoralizar o Congresso, desacreditar a política e abrir caminho para a tirania, o autoritarismo, a ditadura. Uma prática que se estende a cortes e cortes de direitos, que alija os mais vulneráveis, os “diferentes”, os sem voz.
Nós, parlamentares do campo democrático e progressista, caminhamos contra isso. Defendemos uma política alicerçada no respeito a todas e todos, independentemente de origem, gênero, classe, cor, orientações partidárias ou pessoais.
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