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    Tiago Barbosa

    Jornalista, pós-graduado em História e Jornalismo, com passagem por jornais de Pernambuco

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    É inútil e insano transformar o desmentido de fake news no foco central da comunicação do governo

    Governo deve assumir o protagonismo do debate, pautando a agenda com firmeza e clareza

    Pix se tornou a principal modalidade de pagamentos do país (Foto: Agência Brasil )

    É inútil e insano transformar o desmentido de fake news no foco central da comunicação do governo.

    Isso equivale a reduzir a gestão a um reflexo das falcatruas ideológicas vomitadas nas redes, subordinando sua ação à agenda de quem subverte a realidade para perverter a vida e a política.

    Persistir nessa lógica ignora aspectos fundamentais da alienação na era digital: a servidão irracional, o convencimento pela exposição massiva e o endosso midiático.

    Os extremistas fundamentam sua convicção na submissão total ao ecossistema de desinformação. Consumir, apoiar e disseminar mentiras não é apenas um ato, mas uma forma de dar sentido a vidas medíocres e ressentidas. Daí o desprezo aos fatos e à informação: para eles, o ódio se sobrepõe à razão, e a fake news se torna um veículo para expressar o desejo de destruir o outro e afirmar uma identidade nula.

    Desmentir, por si só, é ineficaz – sobretudo diante de uma mídia alucinada pelo prazer de manipular a ignorância com fins políticos e elitistas. Esse cenário é agravado pelo efeito persuasivo das redes sociais, onde o alto engajamento potencializa as mentiras, inutilizando os esforços pela verdade e prendendo o governo à pauta delirante e incessante das falsas versões da realidade.

    Reagir passivamente a essas mentiras apenas retroalimenta essa anomalia comunicativa. O domínio do debate público exige que o governo ocupe a pauta e proponha os assuntos com narrativas próprias.

    É essencial responder às mentiras com novos temas, utilizar os canais de TV para anúncios estratégicos a cada fake news, politizar a questão e associar a falsificação à criminalidade extremista. Mais do que isso, é preciso estabelecer uma agenda diária para explorar os avanços em projetos, programas e ações políticas, esgotando a atenção destinada às fraudes.

    Uma batalha ideológica contínua deve ser travada, simbolizando atos concretos e criando contrapontos humanitários à barbárie oposicionista. Permanecer exclusivamente no desmentido apenas vicia os mentirosos, conferindo-lhes visibilidade e perpetuando a desinformação no imaginário público.

    Quem define o tema dita a reação. Portanto, o governo deve assumir o protagonismo do debate, pautando a agenda com firmeza e clareza.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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