Erros da Vunesp sobre o concurso público para o professor do estado de São Paulo: avaliação de videoaula
É considerável que esse seja o pior e mais polêmico concurso à efetivação de professores para o estado de São Paulo,
Após a autorização do ex-governador Marcio França, em 2018, e do ex-governador Rodrigo Garcia, em 2022, ambos do estado de São Paulo, o atual governador Tarcísio de Freitas autorizou a publicação do Edital de concurso público à efetivação de 15 mil professores para a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
Após a publicação do Edital de Abertura de Inscrições, pela banca organizadora Vunesp, na data de 11/05/2023, esse concurso começou a ser processado. Entre as provas do concurso público, houve a Prova Objetiva e Prova Dissertativa, ambas no mesmo dia de aplicação, em 26/07/2023. Entretanto, houve reclamações quanto às questões malfeitas para as matérias concorridas, principalmente em História, que resultou a 8/30 de questões anuladas, gerando uma notável incompetência da banca, nesse quesito. Após essa confusão, surgiu a polêmica sobre a segunda fase, por meio da Prova Prática (videoaula). Esta consistia na gravação de uma videoaula de 5 a 7 minutos, pelo candidato, seguindo os critérios estabelecidos em Edital, prevendo o prazo de envio de 15/05/2023 a 27/06/2023.
A princípio, os critérios para essa fase pareciam objetivos. Mas, na verdade, não foram, na prática, provocando maior desconfiança para milhares de candidatos a respeito da confiabilidade desse certame.
Quanto ao resultado dos recursos contra essa segunda fase, houve cerca de 10% de recursos deferidos parcial ou totalmente; ou seja, de aproximadamente 42.000 recursos, “voltaram atrás” em cerca de 4.200 casos. Assim, a cada 100 videoaulas avaliadas, 10 foram mal avaliadas, o que é um absurdo e fato inédito para a história dos concursos feitos no Brasil. Por isso, denota-se uma falta de competência ou capacidade intelectual para avaliar videoaulas dos milhares de candidatos a professor.
Ainda nessa incerteza sobre a resolução desse caso, pressionada por uma liminar para a exclusão da etapa de videoaula, pela Justiça, somada à orientação proveniente da Seduc-SP, a Vunesp dispôs-se a trabalhar mais, o que deveria ter feito muito antes, publicando a reabertura de recursos contra a nota da Prova Prática, ao final de dezembro de 2023.
No ano seguinte, especificamente na data de 01/02/2024, exatamente 1.352 recursos foram parciais ou totalmente deferidos, o que, entre ambas oportunidades de recursos, surgiram mais de 5.500 candidatos corretos quanto às suas reclamações contra a nota da Prova Prática.
Após a primeira e segunda divulgações sobre os resultados dessa segunda parte, houve um “parecer” da banca, a qual respondeu, de modo escrito, aos recursos interpostos pelos candidatos. Mesmo assim, não houve adequado e eficiente parecer, de fato, para alguns casos, haja vista a redução das notas para as videoaulas, sem apontamentos de problemas contidos, tal como no caso do autor deste artigo.
Além dos candidatos beneficiados contra a injustiça inicial dos incompetentes avaliadores dessa instituição, para esse concurso, outros candidatos tiveram e estão tendo seus direitos resguardados, por meio de mandado de segurança, atualmente.
Contudo, evidencia-se que milhares de professores, pertinentes a todos os componentes curriculares concorridos a esse certame, como Sociologia, Química, Português, Matemática, Inglês, Geografia, História, Filosofia, Física, Educação Especial, Ciências, Biologia e Artes, foram prejudicados, injustamente, devido aos subjetivos critérios praticados à avaliação de videoaulas.
Por isso, lamentavelmente, é considerável que esse seja o pior e mais polêmico concurso à efetivação de professores para o estado de São Paulo, historicamente.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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