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Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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Faça aquilo que mandamos e não o que fazemos, e às favas a coerência

Lula silencia em relação as eleições da França, na qual quem ganhou, não levou

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião bilateral com o Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Lula silencia em relação as eleições da França, na qual quem ganhou, não levou. Na Ucrânia o mandato do Zelensky terminou e não houve eleição. Contudo, quanto a Venezuela, insiste numa postura subimperialista. 

Como agiria, à guisa de hipótese, Lula em relação à Cuba, se fosse o presidente em 1960? Condecoraria Che Guevara, como fez o Jânio em 1961, com a Grã-cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, malgrado parte do oficialato do Exército ter se revoltado? Solicitaria eleições e exigiria que os contrarrevolucionários cubanos fossem perdoados? 

Na ocasião Che declarou que “pode existir na América Latina países com regimes sociais diferentes" 

Em relação ao agitador internacional Elon Musk, Lula assertivou que “Ele tem que respeitar a Suprema Corte brasileira”, indaga-se:  e em relação a Corte Suprema da Venezuela?

Em sua defesa, Lula tenta explicar: Acontece que o presidente Maduro não ouviu esse colégio e passou direto para a Suprema Corte. Eu não estou questionando a Suprema Corte. Eu apenas acho que deveria passar pelo colégio eleitoral, que foi criado para este fim. Então, eu não aceito nem a vitória dele [Maduro] e nem a da oposição. A oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas, você não tem prova. Então, o que nós estamos exigindo é a prova", disse. 

Que filigrana para sustentar o insustentável: não deveria ter ido à última instância judicial antes de passar por um coletivo eleitoral (Pasmem!). Mal assessorado, nosso presidente se afunda ainda mais nesse imbróglio, no qual entrou de gaiato sob armadilha do Biden. 

Imiscuir-se na processualista institucional de um outro país e num tom de exigência, caracteriza uma postura não de igual, mas de superior. Não é uma atitude de agregador, pelo contrário.

Liberdade de expressão não ultrapassa os limites da Constituição e das leis de um país. Quando ultrapassa os limites da legalidade vira libertinagem. 

Aqui não é aquele oeste americano dos assaltos a bancos e bangue-bangues, sem leis, sem civilidade, pelo contrário, temos uma Constituição avançada, notadamente antes das alterações que o bolsonarismo vem fazendo, e leis, não tão modernas, mas que cumprem os seus desígnios. Não carece de monitoramento da embaixada AMERICANA, o Brasil é soberano, salvo quando há golpes com a colaboração e incentivo do imperialismo ianque.

A liberdade de expressão não é liberdade para atentar e intentar contra o Estado democrático de direito e a soberania do Brasil. 

Repelimos com as armas da crítica e a crítica das armas à ditadura de 64 e ao imperialismo, nosso sacrifício não foi em vão, fizemos surgir uma democracia, ainda frágil, mas em processo de consolidação, à medida que participamos de sua construção.

Se detentores de super fortunas e de tecnologia agirem com o Musk, os estados nacionais poderão se atrofiar a até acabarem por submissão. 

Esses bilionários devem pagar com a burra de dólares os males que causam a democracia em qualquer país. São franco atiradores neonazifascistas 

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, está agindo, com coragem, em legítima defesa do Estado democrático de direito do Brasil.

O lumpem capitalista está testando a democracia, atacar o Alexandre é uma tática, a estratégia é elaborada e objetiva uma contrarrevolução ao sistema democrático e a manutenção do império como a única força dominante no mundo, resistem ao surgimento do novo, o mundo multipolar.

Faça aquilo que mandamos e não o que fazemos - este é o mandamento número um e a regra master do imperialismo norte-americano.

Em novembro de 1966, numa manifestação na Praça do Meier, no Rio de Janeiro, estava na coordenação do evento, para passar a minha presidência da AMES para o companheiro recém-eleito em Congresso clandestino, Alam Mello Marinho de Albuquerque, consegui falar quatro frases antes que o policial do DOPS apontasse a arma para mim, pulei do muro e sair desembestado. Minha última frase foi: ABAIXO O IMPERIALISMO! 

Foi a última naquele discurso de segundos, mas, a bandeira jamais arriei, porque o imperialismo é a etapa mais sanguinária e destruidora de regimes democráticos, que se mantém pela superexploração, opressão e pelas guerras. 

 Esta luta precisa ser reativada e encampada pelo movimento estudantil.

Repudiamos o imperialismo como igualmente o subimperialismo.

Somos parte da América Latina e queremos uma nação de irmãos, um continente latino-americano, no qual todos os países são lives para construir o regime social humanista que quiserem, cabendo a coexistência pacífica entre todos.

Nossa história não se confunde com a da América Anglo-Saxônica, e devemos resistir a tonar o Brasil o posto avançado do imperialismo estadunidense. 

Se este for o preço da liberdade para desenvolver o Brasil, verão que seus filhos não fugirão de lutar pela independência.  Afinal, queremos um mundo multipolar. 

Os remanescentes no mundo da geração 68, têm provavelmente uma última missão: a de fomentar as gerações atuais a assumirem, com a nossa mesma coragem, internacionalismo e desprendimento, a bandeira contra o imperialismo ianque. 

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