Fugas e condenações
Com a transformação de Jair Bolsonaro em réu pelo STF, mudanças nessa nuvem turva do poder têm acontecido
Não aprendemos com erros do passado. A anistia ao final da ditadura foi vendida como perdão aos “subversivos”, mas escondia a ocultação dos crimes bárbaros cometidos pelos militares no poder. Muitos livros e estudos recentes estão mostrando os porões da ditadura e um dele é o “Cachorros”, de Marcelo Godoy, de leitura fundamental. Novamente, a anistia a supostos desavisados que estariam “por acaso” em Brasília no dia da intentona golpista do 8 de Janeiro traz consigo rasgar todas as provas da articulação de um atentado ao Estado brasileiro, orquestrada, novamente, dentro das Forças Armadas, com participação da banda podre da política, do agronegócio e de outros empresários. Vamos ver se sobreviveremos a mais essa ameaça ou se teremos outras décadas de anos de chumbo pela frente.
Com a transformação de Jair Bolsonaro em réu pelo STF, junto com sete comparsas nas artimanhas da tentativa de golpe de Estado, mudanças nessa nuvem turva do poder têm acontecido. Uma delas é a fuga do deputado Eduardo, pertencente ao clã, reflexo da covardia sempre presente nesse sangue sujo familiar. Lembrando que 21 de março foi o Dia Mundial da Poesia, somente uma trova (quatro versos rimados, de sete sílabas) para lidar com a situação do desfrute no exílio dessa pessoa: Bananinha quando foge / esperneia sem razão; / procura um país que o aloje / encontrando o “laranjão”.
Outra mudança é o discurso vingativo em curso, com obstrução de votações e uma nova enxurrada de fake news pelas redes sociais. Alguns articulistas clamam que precisariam dominar a língua pátria em suas argumentações. Acontece que, para aprender português, precisa ser gente primeiro. Essa corja são apenas animais que agem de forma criminosa, covarde e egoísta. Nada mais. E muitos que ocupam tribunas e ficaram à frente de quartéis não serão sequer indiciados.
Enquanto isso, no paralelo, Tarcísio de Freitas vai sendo ungido como o sucessor do neofascismo, queridinho da Faria Lima e dos jornalões. Uma tragédia sabida e anunciada. O governador fluminense de São Paulo está sendo vendido como democrata, o que definitivamente não é, ainda que apontem que sua missão de comandar a direita, por enquanto, não é possível. Não podemos nos esquecer que, desde seu início na vida pública, como ministro em 2019, depois candidato em 2022, atrelou-se à extrema direita, e apoiou o pior da política até aqui. A defesa de Bolsonaro e a propagação da mentira de que não houve tentativa de golpe mostram o que realmente é. Além disso, o governador paulista é um destruidor da educação, com projetos de escola cívico-militar e privatização da gestão escolar. Se é necessário escolher alguém “democrático” da direita, que busquem outro nome.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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