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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Golpe semipresidencialista de centro-direita joga esquerda na armadilha da derrota eleitoral

O resultado, nos dois primeiros anos de governo lulista, foi a recente vitória eleitoral do centro-direita, desbancando o centro-esquerda

Arthur Lira (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

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Semipresidencialismo, implementado pela maioria congressista conservadora de direita e ultradireita, é, na prática, o golpe neoliberal que bloqueia desenvolvimentismo.

O neoliberalismo ganhou força com os governos de direita e ultradireita Temer e Bolsonaro, de 2016 a 2022.

Em oito anos, as reformas neoliberais de direita-ultradireita, desbancou ideologicamente a esquerda e levou a sociedade para o centro e direita.

O centro-esquerda entrou em colapso com o arcabouço fiscal antidesenvolmentista.

A amarração de uma maioria congressual superconservadora pró-fascismo com o mercado financeiro para sustentar a ortodoxia neoliberal apregoada pela Faria Lima e executada pelo Banco Central “independente” configurou o golpe político neoliberal com semipresidencialismo.

O semiparlamentarismo inconstitucional, mediante maioria parlamentar conservadora, anulou o presidencialismo constitucional e o inviabilizou política econômica desenvolvimentista sem a qual a esquerda não ganha eleição.

Seria repetir a história do PSDB que entrou em derrocada ao abandonar a socialdemocracia para apoiar a direita e a ultradireita para conduzir Bolsonaro ao poder em 2018.

O resultado, nos dois primeiros anos de governo lulista, foi a recente vitória eleitoral do centro-direita, desbancando o centro-esquerda, com o qual Lula construiu o terceiro mandato.

Usurpação de poder

O Congresso semipresidencialista – ou semiparlamentarista – usurpou as prerrogativas do Executivo e alterou e fortaleceu, agora, com a vitória nas urnas, a correlação de forças a seu favor.

O executivo, sem os seus poderes, usurpados pelo semipresidencialismo, executa a política econômica da direita e ultradireita - expressa no arcabouço fiscal neoliberal - que o condena à derrota eleitoral.

Ficou prisioneiro da manipulação semipresidencial semiparlamentarista, amplamente apoiada pela mídia conservadora pró-juro alto, pró-antidesenvolvimento.

O golpe do sempresencialismo, portanto, é o poder em cena contra a Constituição de 1988, que consagra constitucionalidade não ao semiparlamentarismo golpista, mas ao presidencialismo constitucional.

O golpe semiparlamentarista inverteu os termos da equação no regime republicano tupiniquim.

O presidencialismo constitucional está cumprindo ordens do semipresidencialismo inconstitucional que o leva ao colapso eleitoral.

O semipresidencialismo transformou o Congresso em poder executivo e o poder executivo em apêndice do Legislativo, a executar programa dos adversários do governo por meio das emendas parlamentares, garantidas por maioria conservadora.

O centro-direita e a ultradireita ganham os frutos políticos por meio das emendas parlamentares executadas pelo governo politicamente adversário, como acaba de ficar comprovado com o resultado eleitoral.

A direita e a ultradireita, no modus operandi fascista, inconstitucional, por essa estratégia, institucionalizou a compra do voto pela manipulação ideológica ancorada em Deus, Pátria, Família, Liberdade, contra a esquerda taxada de comunista, mas que, na verdade, está fazendo política de direita no contexto do ajuste econômico neoliberal antidesenvolvimentista.

O trabalho da direita e ultradireita no comando do semipresidencialismo será sempre o de garantir maioria parlamentar para continuar executando o jogo das emendas parlamentares que anula eleitoralmente o executivo generalizadamente taxado de comunista.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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