Julian Assange abjurou
A liberdade de Assange é uma vitória do jornalismo contra o sistema imperialista militar
Em 1633, Galileu Galilei foi condenado pelo Tribunal do Santo Ofício pela publicação do livro “Diálogos sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo” que defendia a teoria heliocêntrica, modelo cosmológico que coloca o sol no centro do universo, em oposição ao geocentrismo que colocava a Terra no centro do universo, como pregava a igreja.
A pena de Galileu consistia em: abjuração, proibição do livro, residência fixa e penitências religiosas. Foi então que o cientista negou diante do tribunal inquisitório todo o seu trabalho científico, desculpou-se e assumiu o equívoco quanto aos movimentos da Terra e do Sol.
A justiça dos Estados Unidos, quatro séculos depois, age ideologicamente e doutrinariamente igual na sentença ao jornalista e ativista australiano Julian Assange, condenado por ter publicado na plataforma WikiLeaks, documentos relativos à segurança nacional, de onde vazou vídeo de ataque de um helicóptero norte-americano ao Iraque.
Assange, ficou sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres, antes de ser preso em 2019, no Reino Unido. Em fevereiro deste ano, a defesa do australiano protocolou um último recurso, argumentando que o caso era um ataque à liberdade de expressão e ao jornalismo.
A justiça estadunidense chegou a um acordo com Assange. O fundador do WikiLeaks assumiu acusação por espionagem em um tribunal dos EUA. Assim, mais de uma década depois, o avião que transportou Julian Assange posou no aeroporto em Camberra, na Austrália. Julian Assange, enfim, é um homem livre!
A liberdade de Assange é uma vitória do jornalismo contra o sistema imperialista militar, e que sirva como elemento de luta contra a nova ordem que a extrema direita mundial vem tentando implantar.
De acordo com a lenda popular, após sua abjuração, Galileu murmurou a frase "e ainda assim se move", mas não há evidências de que ele realmente tenha dito isso.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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