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    Esmael Morais

    Jornalista e blogueiro paranaense, Esmael Morais é responsável pelo Blog do Esmael, um dos sites políticos mais acessados do seu estado

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    Lula prefere Bolsonaro como adversário em 2026

    "Lula parece preferir enfrentar o 'velho conhecido' a arriscar-se contra um adversário 'desconhecido' como Tarcísio de Freitas"

    Montagem (da esq. para a dir.): Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid (Foto: Divulgação / Alan Santos-PR)

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    Apesar das especulações sobre a possível desistência de Lula (PT) em disputar um quarto mandato presidencial em 2026, os movimentos nos bastidores indicam que o presidente está trabalhando para ter Jair Bolsonaro (PL) como seu adversário nas próximas eleições. A estratégia passa pela articulação de uma anistia no Congresso Nacional que permitiria a Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030, retornar ao cenário eleitoral.

    Lula parece preferir enfrentar o “velho conhecido” a arriscar-se contra um adversário “desconhecido” como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e potencial herdeiro político do bolsonarismo. Nos corredores do Palácio do Planalto, a possibilidade de encarar Tarcísio causa apreensão, dada sua imagem menos desgastada e capacidade de surpreender nas urnas.

    Há dois anos, Lula bateu Bolsonaro em um segundo turno apertadíssimo. O petista foi eleito para o cargo de presidente com 50,83%, enquanto o então mandatário cessante foi derrotado com 49,10%.

    A articulação pela anistia a Bolsonaro vem ganhando força de forma suprapartidária em Brasília. Parlamentares veem na medida uma forma de garantir um embate mais previsível em 2026. No entanto, líderes do PT temem que Lula possa desistir da candidatura caso sua popularidade não esteja em alta. O receio é que, aos 81 anos, o presidente opte por encerrar sua carreira política com a vitória de 2022, evitando o risco de uma derrota que poderia manchar seu legado.

    Sem Lula na disputa, o PT e a esquerda enfrentariam um vácuo de liderança. A “lulodependência” é real, e a falta de um nome com a mesma capacidade de mobilização eleitoral pode levar a um encolhimento das bancadas aliadas, abrindo caminho para a hegemonia da direita nas próximas décadas.

    Nesse cenário, o MDB emerge como uma força política capaz de desempenhar um papel decisivo em 2026. O governador do Pará, Helder Barbalho, afirma que o partido está habilitado para “qualquer missão” e defende um diálogo com Lula sobre o pleito. Com ministros no governo, o MDB busca consolidar seu espaço e pode ser o fiel da balança na formação de alianças.

    Enquanto isso, os destinos de Lula e Bolsonaro permanecem entrelaçados. A anistia ao ex-presidente pode ser tanto uma estratégia para facilitar a reeleição de Lula quanto um tiro no pé, caso Bolsonaro consiga capitalizar o sentimento antipetista que ainda persiste em parte do eleitorado.

    No entanto, a questão econômica é o que mais pesará na decisão de Lula de disputar ou não o quarto mandato. Os brasileiros terão de perceber que houve crescimento e maior participação das famílias no consumo de bens e serviços, empregos em alta e aumento do poder aquisitivo; enfim, materialmente, as pessoas melhoraram de vida.

    O jogo político para 2026 já começou, e os próximos movimentos serão decisivos para definir os rumos do país. Resta saber se Lula arriscará mais uma vez sua popularidade nas urnas ou se novos nomes ganharão protagonismo nessa disputa.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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