Marçal fez sinal para capanga atacar
"O que esse energúmeno não está arquitetando para pôr em prática no dia da eleição?", questiona Eduardo Guimarães
A sede de audiência da mídia e a sonolência da Justiça Eleitoral pós-Alexandre de Moraes deram a Pablo Marçal estatura que jamais teria se as redes de TV e o TSE, mais do que o TRE-SP, tivessem tido um mínimo de capacidade de detectar riscos inaceitáveis.
A eleição paulistana envergonha os munícipes de uma cidade cujo cosmopolitismo chegou a iluminar o Brasil um dia e que, hoje, a coloca abaixo do nível de civilidade e de responsabilidade política dos mais longinquos grotões.
Amigo nordestino ponderou comigo, com propriedade, que se algo como a cadeirada, os sopros de farinha e a agressão covarde de um capanga ocorresse no Nodeste, a região estaria sendo chamada inteirinha de "selvagem" e "atrasada".
Na terça-feira, finalmente a Justiça Eleitoral deu sinal de vida e a nova presidente do mesmo Tribunal que, em 2022, cassou celeremente a elegibilidade de Jair Bolsonaro, mandou a Polícia Federal se mexer.
Que falta nos faz o Xandão...
Todavia, há assuntos mais prementes a requerer nossa atenção. Assuntos que podem fazer a eleição municipal de 2024 terminar em tragédia histórica.
A ministr Cármen Lúcia só pediu que as autoridades judiciárias e policiais tomem providências contra as violências retóricas e físicas marsalescas e datenescas após se tornar previsível que, nesssa toada, debates acabarão terminando em tiroteios entre os exércitos de "seguranças" dos candidatos. Estamos à beira do abismo.
Falando em seguranças e/ou capangas, vale notar que o vídeo da agressão covarde contra o ex-marqueteiro de Bolsonaro Duda Lima, hoje trabalhando para o prefeito, revela que tudo que aconteceu no Clube Sírio Libanês, durante o debate do Grupo Flow, foi arquitetado.
Marçal chegou agressivo ao local do debate, bateu boca com Nunes já na entrada, fez ataques e ameaças aos concorrentes no "esquenta" do evento, portou-se tranquilamente ao longo de 99% do tempo e, ao fim, faltando segundos para concluir suas considerações finais, passou a desrespeitar as regras acordadas e a debochar do mediador, Carlos Tramontina.
Após ser expulso do debate, enquanto deixava o púlpito fez um sinal com a cabeça tão evidente que a pessoa que filmou a agressão que se seguiria desviou o foco da câmera desde o gesto de Marçal até o do capanga enquanto este desferia golpe tão violênto que produziu um baque surdo.
Agora, a pergunta que não quer calar: se Pablo Marçal foi capaz de organizar o que poderira ter terminado em um confronto generalizado entre os seus capangas e os de Ricardo Nunes, o que esse energúmeno não está arquitetando para pôr em prática no dia da eleição?
Após deixar o debate, Marçal fez uma live incitando a população a cometer atos de violência "no primeiro turno". Será que a sonolenta Justiça Eleitoral e a Polícia vão esperar isso acontecer para colocarem o ex-coach em prisão preventiva até o fim da eleição?
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