O assassinato de Brian Thompson
Nada absolve o assassino de Thompson, mas nada absolve aqueles que dirigem corporações de saúde com um modelo de negócios que destrói e encerra vidas
Originalmente publicado no Substack do autor em 5 de dezembro de 2024
Ainda não sabemos o motivo do assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Mas não me surpreenderia se o assassino tivesse perseguido Thompson porque a UnitedHealthcare negou cobertura médica, ou forçou uma família ou indivíduo à falência, ao se recusar a cobrir uma doença grave. As seguradoras rejeitam cerca de 1 em cada 7 pedidos de tratamento, muitas vezes alegando que o tratamento não é “medicamente necessário”.
Entre dez nações de alta renda, os Estados Unidos gastam mais em saúde, mas têm os piores resultados. Os americanos vivem, em média, quatro anos a menos do que seus equivalentes em outros países industrializados.
Mais de 200 milhões de americanos dependem de seguros de saúde privados, mas, quando ficam gravemente doentes, muitas vezes são abandonados, enfrentando dívidas médicas esmagadoras e incapazes de receber tratamento adequado. Contas médicas exorbitantes são responsáveis por cerca de 40% das falências. Muitos dos que entram em falência por causa de contas médicas tinham seguro de saúde.
As receitas das seis maiores seguradoras — Anthem, Centene, Cigna, CVS/Aetna, Humana e UnitedHealth — mais do que quadruplicaram desde 2010, alcançando US$ 1,1 trilhão. As receitas combinadas das três maiores — United, CVS/Aetna e Cigna — se quintuplicaram.
Essas corporações, em termos morais, têm permissão legal para manter crianças doentes como reféns, enquanto seus pais se arruinam financeiramente para salvar os seus filhos. É inquestionável que muitos morrem, pelo menos mortes prematuras, por causa dessas políticas.
Nada absolve o assassino de Thompson, mas nada absolve aqueles que dirigem corporações de saúde com fins lucrativos que adotam um modelo de negócios que destrói e encerra vidas em nome do lucro.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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