Lavrov diz a Tucker Carlson que ainda não vê a Rússia em guerra com os Estados Unidos
Chanceler russo aborda tensões internacionais, acusações contra o Ocidente e propõe solução diplomática para o conflito na Ucrânia
247 – Em entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que a Rússia não considera estar em guerra formal com os Estados Unidos, apesar do envolvimento direto de Washington no apoio militar à Ucrânia. Lavrov descreveu a situação como uma “guerra híbrida” e criticou o uso de armamentos modernos contra territórios russos, alertando para os riscos de escalada do conflito.
“O que acontece na Ucrânia pode ser chamado de guerra híbrida. Os ucranianos não poderiam fazer o que fazem com armas modernas de longo alcance sem a participação direta dos militares americanos”, afirmou Lavrov. Ele destacou que o presidente Vladimir Putin continua a expressar respeito pelo povo americano e pela história dos Estados Unidos, enfatizando que a Rússia prefere uma solução negociada baseada no respeito mútuo.
Críticas ao Ocidente e riscos de escalada nuclear
Lavrov alertou sobre a retórica de membros da OTAN que sugerem ataques preventivos como estratégia de defesa, chamando essa abordagem de “um grave erro”. Segundo ele, recentes declarações ocidentais que minimizam as linhas vermelhas russas e cogitam ataques nucleares limitados são extremamente preocupantes. “Este tipo de ameaça é perigoso e irresponsável”, afirmou.
O chanceler também destacou o uso de mísseis de longo alcance, como os ATACMS, contra territórios russos, e disse que a Rússia respondeu com sinais claros. “Esperamos que nossa demonstração com o sistema de armas Oreshnik tenha sido levada a sério”, comentou, referindo-se a um teste recente.
Direitos dos russófonos e autodeterminação
Lavrov apontou que as raízes do conflito na Ucrânia estão na exclusão e perseguição de comunidades russófonas. Ele acusou o governo ucraniano de promover políticas que violam direitos linguísticos, religiosos e culturais. “Desde 2017, leis foram aprovadas para proibir a educação em russo, eventos culturais e até mesmo a Igreja Ortodoxa Canônica. Isso vai contra a Carta da ONU, que defende o direito à autodeterminação”, disse Lavrov.
Ele reiterou que a Rússia entrou no conflito para proteger essas populações e que os acordos de Minsk, que buscavam uma solução pacífica no Donbass, foram sabotados pelos governos de Kiev. “Nunca houve intenção de diálogo com as regiões que rejeitaram o golpe de 2014”, afirmou.
Condicionantes para a paz
Lavrov enfatizou que a Rússia busca garantias de que a Ucrânia não se tornará membro da OTAN e que acordos respeitem as novas realidades regionais, incluindo a incorporação de territórios como Donetsk e Luhansk. “Estamos abertos a negociações, mas qualquer solução deve levar em conta os interesses legítimos de segurança da Rússia e os direitos das populações russófonas na Ucrânia”, declarou.
Apesar da tensão crescente, Lavrov afirmou que Moscou mantém o compromisso com a diplomacia e a paz. “Queremos resolver este conflito com base no respeito mútuo e no direito internacional”, concluiu. Assista:
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