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    Patrícia Valim

    Professora de História do Brasil Colonial da Universidade Federal da Bahia. Conselheira do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Perseu Abramo

    13 artigos

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    O bolsonarismo não precisa dos militares, pois já tem seu exército particular

    A historiadora Patrícia Valim questiona as versões segundo as quais Bolsonaro precisaria do Exército para dar um golpe de Estado: "Bolsonaro não precisa do exército pra nada e nem precisa dar mais um golpe porque ele já tem seu exército particular"

    (Foto: PR - reproduções)

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    Engana -se um tanto quem está apostando que Bolsonaro está acuado e em processo de isolamento acelerado e por isso passou a terça-feira de carnaval disparando vídeos para mobilizar sua base para uma manifestação contra o congresso e o STF, em 15 de março. 

    Engana -se mais ainda quem está apostando que Bolsonaro recuou com a convocação da manifestação porque dois milicos, inspirados na Carolina Ferraz, pediram pra ele tirar suas fotos do cartaz da tal manifestação. Na quarta-feira de Cinzas, Bolsonaro postou uma foto rindo alto, literalmente. 

    Sabe por que?  Bolsonaro não precisa do exército pra nada e nem precisa dar mais um golpe porque ele já tem seu exército particular e altamente fiel à sua família: as milícias nos estados - que contam com o silêncio do ministro da Justiça, também super controlado por ele, Bolsonaro. 

    Por isso, o golpe já está rolando e em velocidade acelerada: a milícia está na presidência, nos estados com as PMs e, agora, concorrerão em peso nas eleições municipais e em algumas cidades com apoio de governos de centro-esquerda como aqui na Bahia para a prefeitura de Salvador. 

    Como poderemos reverter essa situação se o exército quando entra na parada a pedidos é para dar apoio às milícias? Tirando o chefe deles do poder e alterando a pasta da Justiça, oras. Nosso buraco é tão profundo que, nesse momento, veja só Vera Magalhães, a escolha é entre o exército e as milícias. 

    O Impeachment, senhoras e senhores, já é um fato político até o momento articulado pela grande imprensa (as capas das maiores revistas semanais nesse final de semana) e que pode vir a ser uma realidade com a pressão política junto ao congresso da Frente Ampla pela Democracia que se formou involuntária e rapidamente após a circulação dos vídeos do Bolsonaro. 

    Rodrigo Maia só está esperando alguém dar o primeiro passo pra ele abrir os trabalhos. Se a esquerda de 1964 acha que o problema é o exército, sugiro rever o vídeo com as cenas no Ceará, e durante esse carnaval: a atuação da PM nos estados. Estamos em guerra e o exército está longe de ser uma das forças desse conflito.  

    Por isso, o #8M será imenso e pelo #EleNão e #ForaBolsonaro

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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