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    Cândido Vaccarezza

    Dr. Cândido Vaccarezza é um médico e político formado pela Universidade Federal da Bahia e atualmente mora em São Paulo. Ele tem especializações em ginecologia e obstetrícia, saúde pública e saúde coletiva. Durante a pandemia, foi diretor do Hospital Ignácio P Gouveia, referência para o tratamento de Covid na Zona Leste de São Paulo. Como político, ele participou da luta pela democracia no Brasil na década de 1970 e foi deputado estadual e federal pelo PT. Além disso, ele também foi líder na Câmara do Governo Lula e Dilma e secretário de esporte e cultura em Mauá. Reg

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    O Milton, a cada ano um nome para o mesmo furacão

    Não podemos banalizar estes fenômenos climáticos e muito menos os prejuízos com as centenas de mortes que o Helene e o Milton causaram

    Furacão Milton na região do Caribe (Foto: Reuters)

    O Milton, a cada ano um nome para o mesmo furacão Desde aquele tempo, contemporâneos da cultura Clóvis, que povoou a América do Norte depois da última glaciação, devem ter presenciado e sofrido com um tipo de furacão que, quase todos os anos, assola a Flórida e todo o sudoeste americano. Neste mês de outubro, ele, o Milton, chegou com ventos superiores a 200 km por hora, precedido por outro que já havia matado mais de 200 pessoas, o Helene, na segunda quinzena de setembro. 

    Muitos anunciaram, sem base científica e escandalosamente, que tratavam-se de fenômenos inusitados, frutos do aquecimento global, portanto, sem solução à vista, e que a escala Saffir-Simpson deveria ser mudada, pois o Milton iria, ao chegar na costa, ultrapassar o nível 5, o maior desta escala; seria arrasador e os futuros furacões seriam até piores. 

    Lembrei-me de quando eu era menino no sertão da Bahia, muitas pessoas, do nada, anunciavam o fim do mundo para daqui a alguns dias e muitos morriam de medo, inclusive eu. Tanto eu como os outros não morremos nem pelo fogo do fim do mundo anunciado e nem pelo medo, estamos aqui para contar a história. Não podemos banalizar estes fenômenos climáticos e muito menos os prejuízos com as centenas de mortes que o Helene e o Milton causaram. Sofremos e, por empatia, somos solidários com as pessoas que passaram por estas tragédias. As cenas são indescritíveis e qualquer ser humano ao se colocar no lugar do próximo sofre junto. 

    São chamados de furacão os ciclones tropicais que se formam no Atlântico e no Pacífico nordeste, com ventos acima de 119 km por hora e com diâmetro de centenas de quilômetros. São designados de tufão os ciclones formados no Pacífico noroeste, que atingem o Japão e países da região. Já o tornado é formado em terra, é uma coluna de ar rotativa, com ventos extremamente fortes. 

    Além destes, temos outros fenômenos naturais, como as tempestades tropicais, ciclones tropicais com ventos de intensidade que variam entre 62 e 118 km/h. Os furacões passaram a ter nomes de pessoas para facilitar as suas identificações e a comunicação com a população; anteriormente eram divulgadas as localizações geográficas, mas a partir de 1953 foi generalizada, pelo governo americano, a denominação inicialmente com nomes femininos e posteriormente também com masculinos. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) cabe definir um nome para cada furacão. Independentemente do nome definido, desde a chegada de Colombo ao Caribe em 1942, temos notícia destes eventos, em geral, os formados no Atlântico, que acontecem entre 1° de junho e 30 de novembro.

    Estou entre as pessoas que defendem que os países deverão estudar os efeitos climáticos e estabelecer medidas, baseadas na ciência, para mitigar a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Esta não pode ser uma discussão simplória, ideologizada, ou, infelizmente, como vem acontecendo, financiada a partir de interesses comerciais de grandes potências que, com seu desenvolvimento já estabelecido, querem impedir o desenvolvimento dos demais países, em particular do Brasil, mas isto é tema para outro artigo. 

    Voltando aos furacões, ainda não existe consenso entre os cientistas que o aquecimento global seja o responsável pelos danos ou pelos próprios furacões, apesar de a mídia mundial dar destaques a uma parte de estudos que apresenta o aquecimento global como responsável pela intensidade e a quantidade de furacões, questão ainda passível de comprovação científica

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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