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    Wendrell Elias dos Santos Gomes

    Especialista em Neuropsicopedagogia. Licenciado em Letras (Português e Espanhol), Pedagogia e Artes Visuais. Professor de Língua Portuguesa e outros componentes curriculares, pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

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    Obstáculo para as preparações de aula dos professores paulistas

    Perante a gestão de Renato Feder, os profissionais da Educação estão decepcionados devido a vários obstáculos presentes em seus cotidianos profissionais

    Renato Feder (à esq.) e Tarcísio de Freitas (Foto: Flávio Florido/Seduc-SP)

    Perante a atual gestão de Renato Feder, que é secretário de educação, no estado de São Paulo, os profissionais da Educação, principalmente os professores, estão decepcionados, devido a vários obstáculos presentes em seus cotidianos profissionais. 

    Para os professores que trabalham nas escolas de tempo parcial, que são a maioria dos professores da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, quanto às Atividades Pedagógicas Diversificadas (APD), que abrangem o período para preparação de aulas, sendo quase 1/3 da jornada de trabalho, suas revoltas estão evidentes. 

    Essas revoltas surgiram a partir da Resolução Seduc n.° 55, de 29/06/2022, durante a gestão do Ex-governador Rodrigo Garcia, sob o seu Secretário de Educação, Rossieli Soares.

    Nesse meio ano de 2022, muita polêmica foi criada quanto ao cumprimento desse quase 1/3 de trabalho na escola, o que, a princípio, foi cogitado. Mas, logo, pela relativa “sensibilidade” do Rossieli, que era, um pouco atencioso, embora tivesse ações contestáveis, fez o “meio-termo”, deixando facultativo o cumprimento do período para preparações de aula na escola, apesar de tê-lo criado. 

    Já no começo de 2023, pela gestão do Feder, essas atividades pedagógicas foram obrigatórias, sem qualquer sensibilidade desse individuo, pois defendia que o professor poderia fazer sua jornada toda na escola. No entanto, isso sinalizou sua ignorância sobre o padrão de infraestrutura das escolas, o qual, geralmente, não comporta bem todos os professores, de maneira integral e satisfatória.

    Tais problemas de infraestrutura são motivados por, geralmente, só um banheiro masculino e um banheiro feminino na sala dos professores, um bebedouro, falta de sofás ou cadeiras para que todos consigam sentar-se bem, péssimo espaço para deslocamento de equipamentos e circulação de pessoas, falta de adequado acesso às redes de Wi-Fi, cozinha minúscula para preparação e realização de refeições, falta de armários ou espaços suficientes para manipulação de todos os materiais adequados, entre outros muitos problemas. 

    Após aprender com seu erro, apesar de ter sido orientado antes de fazê-lo, e recebido várias reclamações quanto ao estabelecido, esse secretário recuou, em partes, quanto a essa obrigatoriedade.

    Por isso, retificou esse item, alterando-se para Atividades Pedagógicas Diversificadas em local de livre escolha, o que criou mais um novo “meio-termo”, para não falar “gambiarra” ou “morde e assopra”.

    Dessa forma, manteve a obrigatoriedade parcial da APD, obrigando o professor a listar seus horários optados para o possível cumprimento, durante o funcionamento da escola, conforme necessária convocação da direção local. 

    Com isso, vários professores, que acumulam cargo ou atividades profissionais, formalmente, não conseguiram conciliar os trabalhos. Por exemplo, há professores que acumulam cargo de professor na prefeitura e no estado. Assim, trabalha durante a manhã pela prefeitura e à tarde pelo estado, o que, a princípio é conciliatório. 

    Mas, logo, por terem que discriminar os horários das APDs para a escola estadual, como tal instituição não funciona à noite, assim, não podendo cumprir esse período para preparação de aulas, teve incompatibilidade de horário, gerando desempregos ou redução de sua jornada de trabalho, consequentemente.

    Anteriormente, as preparações de aula eram feitas em quaisquer períodos do dia e dias da semana, além de qualquer local, de acordo com a vontade, necessidade e conforto de qualquer professor; inclusive, sendo chamadas de Aulas de Trabalho Pedagógico em Local de Livre Escolha (ATPL). Assim, possibilitava acúmulo de cargos para o docente, sem prejuízos.

    Contudo, é impossível compreender que esse ser, que está à frente da secretaria, possa ter consciência dos prejuízos causados aos educadores. Mas, é possível compreender que esse mesmo ser possa ter consciência sobre um projeto de “destruição” ao magistério desse estado.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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