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    Marcelo Auler

    Marcelo Auler, 68 anos, é repórter desde janeiro de 1974 tendo atuado, no Rio, São Paulo e Brasília, em quase todos os principais jornais do país, assim como revistas e na imprensa alternativa.

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    Petrobras acredita que terá aval do Ibama para explorar a Margem Equatorial

    Diretora de Assuntos Corporativos da estatal, Clarice Coppetti concedeu entrevista ao 247. Vídeo

    Sede da Petrobras (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

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    Por entender que atendeu a todas as exigências do IBAMA, a diretoria da Petrobras está na expectativa de receber a licença para explorar o petróleo na chamada Margem Equatorial. Opinião externada na manhã desta segunda-feira (14/10) pela presidenta da estatal, Magda Chambriard, que junto com a diretoria recebeu jornalistas para um café da manhã, dentro das comemorações dos 71 anos da petroleira.

    No encontro, a diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, esclareceu que em agosto o IBAMA foi avisado da disposição da petroleira em criar, no Oiapoque (AP), “uma base de proteção à fauna. Trata-se de uma base robusta, para atendimento a qualquer problema que venham a ter com animais”.

    A base, segundo Clarice, “contará com veterinários, com biólogos, profissionais capacitados também de nível médio para qualquer tipo de atendimento. É um investimento de cerca de R$ 150 milhões, porque se trata de uma região com uma logística desafiadora”.

    Como explicou na gravação à TV 247, a empresa procura contratar os profissionais na própria região, só importando de outros lugares aqueles que ali não forem encontrados.

    A Petrobras já tem montada outra base de “proteção à flora, em Belém (PA), que também é uma ampla base com tanques/enfermaria, como unidades de atendimento para qualquer problema que venha ocorrer com a fauna”, tal como esclareceu a diretora de Assuntos Corporativos na entrevista à TV 247:

    Apesar dessas providências, a diretoria da estatal não receia provocar estragos no meio ambiente local com a exploração das reservas ali encontradas. Como lembrou a diretora de Exploração e Produção, Sylvia Anjos, já se perfurou mais de 540 poços em águas rasas na chamada Margem Equatorial sem maiores problemas:

    “Não há argumento para não nos darem a licença para explorarmos o óleo. Todo esse processo é baseado na segurança de nossas operações muito mais distantes da costa. Já perfuramos mais de 5.400 poços e não causamos problemas. Temos mais de 60 anos perfurando”, lembrou.

    Aumento da exploração de óleo

    No café da manhã a presidenta da Petrobras anunciou o crescimento da exploração de óleo, com a entrada em operação do navio-plataforma Maria Quitéria que já aportou no campo de Jubarte, no complexo do Parque das Baleias, na margem capixaba da Bacia Petrolífera de Campos. Previsto para iniciar seus trabalhos em 2025, o navio plataforma deve começar a operar agora em novembro com capacidade de explorar 100 mil barris/dia de petróleo e processar 5 milhões de metros cúbicos de gás/dia.

    Outra antecipação foi da plataforma Marechal Duque de Caxias, vinda da China. No Brasil desde maio, deve começar a operar no campo de Mero, na Bacia Petrolífera de Santos, com capacidade de explorar 180 mil barris de óleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás/dia.

    Também já saiu da Ásia a caminho do Brasil o navio-plataforma Almirante Tamandaré, que aportará no campo de Búzios. Trata-se do primeiro de alta capacidade, podendo explorar 225 mil barris/dia, além de 12 milhões de metros cúbicos de gás. Entrará em funcionamento em 2025.

    O foco da Petrobras, apesar das muitas críticas de ambientalistas, continuará sendo explorar óleo. Para isso, porém, a presidenta Magda mandou recado aos seus fornecedores por conta da alta do preço de novas plataformas, chegando a 4 bilhões de dólares.

    Uma alternativa que começa a ser estudada por uma equipe técnica é a de recuperação e modernização de plataformas antigas.

    Redução do preço do gás

    Mesmo antes do aumento de produção prevista, a Petrobras anunciou mais uma redução no preço do gás natural para as distribuidoras. Será de 1,41% a partir de novembro. Resulta das chamadas renovações contratuais feitas trimestralmente.

    A informação foi dada por Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade. Segundo ele, a redução ocorre devido ao câmbio. O executivo lembrou que, desde janeiro, o preço do gás já caiu 17%.

    Ocupação das refinarias

    A direção da empresa também comemora o aumento da capacidade de utilização das refinarias sob o seu comando. No início do governo Lula, ou seja, janeiro de 2023, girava em torno de 60% de ocupação, pois o refino não era a prioridade.

    No balanço da atual gestão, as unidades de refino acumulam recordes. Em agosto, o refino do óleo do pré-sal ocupou 76% das refinarias. Já em setembro o Fator de Utilização das Refinarias bateu a casa dos 96,8%. No entender da diretoria da estatal isso “demonstra o elevado desempenho operacional do parque de refino e a integração com as áreas de logística e comercialização da empresa”.

    Magda destacou que a companhia pretende aumentar a capacidade de refino no Brasil para “reduzir as importações”. Essa capacidade começa a aumentar com a entrada em funcionamento de obras em andamento. Como a finalização, entre outubro e novembro, da construção de uma nova unidade na Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, distante 45 km do Recife, em Pernambuco.

    Ela que já responde pela maior taxa de conversão de petróleo cru em diesel (70%) está ganhando duas novas unidades. Magda disse ainda que a Petrobras vai elevar de cinco para dez o número de refinarias que produzirão diesel renovável, o chamado diesel verde, - produzido a partir de gorduras de origem animal e vegetal, cana de açúcar, etanol, resíduos, outras biomassas. Trata-se, como ela confessou, da menina dos olhos da presidenta da empresa.

    “Seremos parceiros e vamos comprar óleo vegetal do agronegócio. Hoje, cinco refinarias já produzem diesel renovável. E vamos chegar a dez unidades”, prometeu e anunciou uma parceria com a Vale do Rio Doce para estimular o consumo de combustíveis renováveis, na frota de navios e caminhões das duas maiores empresas do país.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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