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    Jean Menezes de Aguiar

    Advogado, professor da pós-graduação da FGV, jornalista e músico profissional

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    Relatório, mariposas indiciadas, punhal verde-rosa e o golpe, da burrice

    O longo, detalhado e certeiro relatório policial apresentado ao Ministério Público, é para lá de desconcertante, tamanhas as provas obtidas.

    Jair Bolsonaro desembarca no Aeroporto Internacional de Brasília 25/11/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    Alguém imagina o sr. Marcos Willians, popularmente Marcola, CEO do PCC, pedindo ‘pacificação’ ao Poder Judiciário? Delinquentes típicos, com crimes no Código Penal, têm direito de pedir ‘pacificação’, ou anistia? Só rindo...

    Em 26.3.24, usei a frase de 6 palavras de Elio Gaspari, na Folha, ‘O golpe de Bolsonaro era público’, num artigo jurídico, ‘Crimes contra as instituições democráticas e a pedra cantada’, publicado no Portal Migalhas. Analisava ali 2 crimes, Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, e Golpe de Estado, art. 359, incisos L e M, ambos no Código Penal. Uma leitura meio hermética, dadas as dificuldades do Direito Penal. Os crimes são graves e complexos. Exigem criminosos capacitados, gente qualificada, de alto nível, com inteligência para cálculos, análises e projeções. Mentes toscas jamais vão conseguir uma empreitada criminal destas.

    Era totalmente improvável que da política improvável, sabidamente do baixo clero, conseguissem, ao fim de tudo, derrotar sistemas, competências, estruturas, órgãos e Poderes constitucionais estabelecidos, bem como democraticamente sedimentados. Além de ainda vencer a maioria da população, sabidamente democrática, para reimplantar uma nova, e sempre cafona e criminosa, ditadura militar, bem coisa de republiqueta terceiro-mundista.

    Mas, como disse o magistrado Luiz Roberto, do STF, chegou-se perto de um desastre. Pode-se, entretanto, extrair uma certeza: a democracia, enquanto valor, venceu. Aquele povo ideologicamente tacanho, às portas dos quarteis clamando pelo crime de ‘intervenção militar’, ou seja, golpe e ditadura, e todo um outro que o apoiou mas continua enrustido, perderam. Nem aquele sobrenatural movimento gaúcho, de novembro de 2022, invocando extraterrestres com celulares acesos sobre as cabeças, pedindo o fim da democracia conseguiu afetar a estrutura.

    Por outro lado, se se passou por pouco, com uma vitória apertada, pode-se dizer que, simetricamente, houve uma imensa derrota, de muitos. Ou seja, mesmo os muitos que apoiaram um típico golpe de Estado, conforme o relatório policial, não conseguiram transformar a democracia brasileira em ditadura. Ou será que agora a tão queridinha polícia federal, para esses tantos aí, com um relatório repleto de provas, teria ... enlouquecido?

    Também, os criminosos do 8 de janeiro, regularmente condenados e presos, sentiram o gosto da otarice, do abandono e, claro, agora, da traição. Se até militares já começaram a ser fritados e atirados aos leões, na nova versão golpe-punhal-verde-pink, dificilmente aquela delinquência do 8 de janeiro quererá praticar novos crimes. Tudo bem que cadeia aperfeiçoa mentes bandidas e safadas, ali há cursos e treinamentos, coachs e bons professores. É esperar para ver.

    O longo, detalhado e certeiro relatório policial apresentado ao Ministério Público, é para lá de desconcertante, tamanhas as provas obtidas, autênticas, como imagens e falas. Só quem não leu, e não consegue ler, nada, continuará jurando que o relatório é uma invenção, uma conspiração, que agora a polícia lulizou, ou outra idiotice típica de mentes escapistas. E devedoras.

    O trabalho policial foi irretorquível. Quase 900 páginas de centenas de provas. Isso mesmo provas em abundância.

    Triste é o país ainda atrair este tipo de pensamento criminosamente golpista, socialmente atrasado, mas sobretudo bastante ligado a uma burrice agressiva, daquela estudada por Carlo Cipolla, por exemplo, no livro As leis da estupidez humana, com suas 4 categorias: inteligente, vulnerável, bandido e estúpido. Esta última categoria bem típica desses empreendimentos que além de sempre darem errado, envergonham, pela quantidade de estupidez pública e espumosa. 

    Viva o Supremo, viva o Ministério Público, viva o povo brasileiro democrático.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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