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Gerson Jorio

Professor, engenheiro e jornalista. É autor, entre outras obras, do livro Eleição tem lógica

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"Sem um time completo, fica difícil ganhar o jogo"

Como nas partidas de futebol, as eleições proporcionais são disputadas por equipes

(Foto: Agência Brasil)

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No período compreendido entre o próximo dia vinte de julho e cinco de agosto, os partidos políticos e as federações partidárias estarão realizando suas convenções para, entre outras coisas, escolher os seus candidatos e candidatas aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

Neste momento, temos vinte e dois partidos isolados e sete que poderão disputar o pleito através de três federações partidárias. Durante as eleições, as federações funcionam como um partido. Em São Paulo, acredito que todos eles entrem na próxima disputa eleitoral. Esse é um dado importante porque, quanto maior for o número de partidos disputando as eleições, maior será o número de candidatos e, portanto, maior também será a diluição dos votos. Isso dificulta a capacidade dos partidos alcançarem o quociente eleitoral, condição necessária para disputarem uma vaga na fase do cálculo do quociente partidário.

Outro ponto, talvez até mais importante do que o primeiro, é a lista de candidatos dos partidos. Se, por exemplo, em virtude de dificuldades de cumprir a cota de gênero para lançamento de candidaturas,  a sigla não lançar o total de candidatos permitido pela legislação eleitoral, já sai em desvantagem. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se um time entrasse para disputar um jogo ou até mesmo o título com uma escalação incompleta. Seria um desastre! Provavelmente, a equipe sairia derrotada. 

Como nas partidas de futebol, as eleições proporcionais são disputadas por equipes. As mais fortes vencem o jogo. O que está em risco é o número de vagas que a sigla pode conquistar. No município de São Paulo, por exemplo, quando comparado com outros municípios, um partido necessita de uma porcentagem de votos válidos pequena para atingir o quociente eleitoral (1,82%). Isso não quer dizer que seja uma quantidade de votos fácil de ser atingida. Os dados nos mostram que dificilmente um candidato consegue garantir uma ou mais vagas sozinho. Das cinco eleições já realizadas na capital paulista nesse primeiro quarto do século XXI, disputadas por mais seis mil e quinhentos candidatos, apenas cinco conseguiram esse feito, o que representa o número irrisório de aproximadamente 0,08% dos participantes. Isso em um município onde suas cinquenta e cinco vagas disponíveis nas Câmara de Vereadores, a maior do país, rebaixam o seu quociente eleitoral para 1,82% dos votos válidos. Imagine nas pequenas cidades, com apenas oito vagas disponíveis em suas Câmaras Municipais, e com um quociente eleitoral correspondente a 12,5% dos votos válidos. As evidências empíricas revelam que, quanto menor é o número de vagas disponíveis de um município, menor é o número de partidos que conseguem conquistar cadeiras na Câmara.

Para encerrar, diríamos que apenas uma lista de candidatos completa não é suficiente para o êxito das siglas e, consequentemente, para seus candidatos. O sucesso exige mais; além disso, é necessária uma lista de candidatos com potencial de votos suficiente para ultrapassar o quociente eleitoral e conquistar cadeiras.

E quem são esses partidos? Simples, basta observar onde estão acomodados os atuais detentores de mandatos.       

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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