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      Denise Assis

      Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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      SNI seguiu e denunciou Eunice Paiva em 1979

      "Depois de anos do desaparecimento de seu marido, ela ainda era monitorada pelos órgãos de informações, assombrados com as suas denúncias", relata Denise Assis

      Eunice Paiva e Rubens Paiva (Foto: Reprodução)

      No dia 28 de junho de 1979, Eunice Paiva, viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto e desaparecido político por ação e nas dependências de uma unidade do Estado Brasileiro, o DOI-CODI, proferiu palestra na Secretaria de Educação e Cultura de Londrina, no Paraná. A palestra foi promovida pelo Comitê Londrinense pela Anistia e Direitos Humanos (CLADH) e foi acompanhada pela ação de um “araponga” que seguiu seus passos e anotou – ou gravou – toda a sua fala, reproduzindo-a aos seus superiores, pelo informe, nº 0324/19/AC/79, do Serviço Nacional de Informações (SNI)

      O material foi difundido para os seguintes órgãos, como era obrigação, na época: Centro de Informações do Exército (CIE); Centro de Informações da Aeronáutica (CISA); Centro de Informações da Marinha (CENIMAR); Centro de Informações da Polícia Federal (CI/D.P.F); Direção do Serviço de Informações (DSI); Ministério da Justiça e Direção do Serviço de Informações do MEC (DSI/MEC).

      A palestra de Eunice, foi promovida pelas seguintes entidades: Cooperativa de Jornalistas do Paraná; Associação dos Docentes do Hospital Universitários; Associação dos Professores Licenciados do Paraná, núcleo Londrina; DCE de Londrina e Diretório Municipal do MDB.

      Na reprodução da fala de Eunice pelo informe, o espião reproduz um trecho em que ela relata uma conversa com o ministro da Justiça do ditador Médici, na época Alfredo Buzaid, em que ele mente descaradamente e cruelmente para ela, dizendo que Rubens Paiva continuava preso no 1º Exército, estava ferido, mas vivo, e em breve voltaria para casa. Segundo comentário do “araponga”, no documento, Buzaid negou esse encontro e que teria feito essa revelação a Eunice Paiva. Covardemente, mentiu e desmentiu. 

      Conheça o inteiro teor do documento:

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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