Venezuela, o barril de pólvora

A Venezuela “perdeu a mão”; com base na frase, é possível entendermos que dentro do contexto criado após as eleições presidenciais de 2024, parece que o caos no país chegou ao seu ápice no início de 2025, ao que todos aqueles que acompanham dia após dia o que ocorre, possivelmente, já estariam esperando.

No meio do ano de 2024, houve eleições presidenciais, as quais se tornaram controversas, por conta de que após dado o resultado final das eleições, declararam a vitória de Nícolas Maduro e a manutenção do governo; este fato, fez com que tanto os venezuelanos como o mundo duvidassem (pois, segundo a oposição liderada por Maria Corina Machado, teria havido fraude) dos resultados e pedissem as atas para provar quem realmente ganhou, mas estas até o dia de hoje não foram divulgadas. 

Quando ocorreu esta crise exacerbada, em minhas aulas particulares de espanhol, discuti com meus alunos sobre possíveis acontecimentos futuros, tanto pelo lado da direita como da esquerda. Duas dessas conclusões foram: 

1) Maria Corina Machado iria criar alguma desculpa, ser sequestrada, presa ou algo assim, para poder chamar a atenção e aumentar as denúncias internacionais pelas repressões na Venezuela. 

 2)Maduro iria aumentar as repressões daqueles que eram contra o governo e faria com que os ditos da direita internacional se tornassem realidade. 

O primeiro deles, no dia nove de janeiro, foi possível ver que se tornou realidade, pelo fato de Maria Corina Machado, ter feito o mundo pensar que ela tivesse sido presa pelo governo, sendo que no final, ela compartilhou um vídeo no qual dizia que estava bem e que não estava presa. Se foi orquestrado por ela ou pelo governo, não sabemos, (por mais que em sua declaração, tenha dito que foi pelo governo), mas o que podemos saber, é que isso resultou em um fortalecimento das críticas da comunidade internacional.

Depois, no dia dez de janeiro ainda fez um chamado para mostrar que a direita foi vencedora por conta dos protestos do dia anterior e que o governo bolivariano venezuelano teria perdido e que estaria com medo, marcando assim, o início de sua luta, que não acaba com a posse de Nícolas Maduro, mas que na realidade começa neste momento. Até porque, parece que ela não irá desistir até que se concretize o fim do regime bolivariano.

Como havia dito aos meus alunos, o contexto venezuelano, não se baseia na espera de que se crie um governo ditatorial ou democrata, muito pelo contrário, pois tanto a direita como a esquerda não estão corretas em suas atitudes, que enquanto um age de forma autoritária o outro se aproveita disso para difamar e manipular os fatos a seu favor, deixando a “verdade” perdida no ar. 

A Venezuela está cada dia mais se tornando um experimento para essa direita que vem nascendo nos países latino-americanos, distorcendo a verdade ao seu favor, para fazer com que os governos tenham atitudes “autoritárias” e ao final gritem como “crianças mimadas” que foram autuados. Talvez, em um nível mais brando, podemos relacionar os atos de Maria Corina Machado, com as ações pelas quais é obrigado Alexandre de Moraes a proceder de maneira arbitrária, rompendo a relação de poder entre os três poderes constitucionais, para bloquear juridicamente atos racistas, manipulações indevidas das redes sociais e até a criação de mentiras.

Podemos concluir, portanto, que a Venezuela é um “barril de pólvora” que a qualquer momento pode explodir e se perder no caos social e econômico, devido ao interesse global que existe pelos seus recursos naturais, assim como todos os outros países latino-americanos, por isso, precisamos começar a nos unificar e parar de aceitar que estas forças nos façam chegar a uma tensão comparável ao que está ocorrendo no território venezuelano.