China é o parceiro natural para o Brasil em meio à ausência dos EUA sob Trump, afirma presidente da COP30
Diplomata André Corrêa do Lago destaca cooperação com China e outros países na busca por soluções climáticas enquanto EUA se afastam do Acordo de Paris
247 – A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que será realizada entre 10 e 21 de novembro em Belém, traz como principal desafio destravar os compromissos financeiros dos países ricos para o financiamento climático. Em entrevista concedida à Folha de S.Paulo, o embaixador André Corrêa do Lago, escolhido pelo presidente Lula para presidir o evento, destacou o papel estratégico da China como parceira natural do Brasil diante do vácuo deixado pelos Estados Unidos, que abandonaram o Acordo de Paris sob a liderança de Donald Trump.
“Os Estados Unidos estavam em uma direção muito interessante, favorecendo a transição energética, e entraram em uma fase contrária”, afirmou Corrêa do Lago. Ele ressaltou que, com a saída dos EUA, muitas soluções poderão surgir em outros contextos, como iniciativas lideradas pelo setor privado e parcerias com países como China, Índia e nações europeias. “Evidentemente, a China é um parceiro absolutamente natural. Outros países em desenvolvimento também buscam caminhos similares aos do Brasil”, avaliou.
O desafio brasileiro no protagonismo climático
Segundo o embaixador, um dos grandes desafios do Brasil na presidência da COP30 será garantir que os principais organismos financeiros globais levem em consideração as decisões tomadas durante a conferência. “O grande desafio do Brasil é fazer com que os organismos com verdadeira influência nas decisões financeiras tomem em conta as decisões da COP”, enfatizou Corrêa do Lago.
Além disso, a COP30 será um momento crucial para reafirmar o compromisso do Brasil com o enfrentamento da crise climática, destacando o papel estratégico da Amazônia na preservação ambiental global. Belém, localizada no coração da floresta amazônica, foi escolhida como sede da conferência em um gesto simbólico que reforça a relevância da região nas discussões climáticas internacionais.
Cooperação global e financiamento climático
A entrevista também destacou a necessidade de fortalecer parcerias entre os países em desenvolvimento e as economias emergentes para encontrar soluções que promovam a transição energética e a descarbonização. Para Corrêa do Lago, o papel do Brasil será essencial para aproximar esses países de um consenso, mesmo diante das barreiras impostas pela falta de compromisso financeiro de nações ricas.
Com a ausência dos Estados Unidos no Acordo de Paris, o foco da COP30 deve recair sobre a pressão para que países industrializados cumpram com suas promessas de financiamento climático, especialmente os US$ 100 bilhões anuais destinados ao apoio de nações mais vulneráveis.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: