COP30: Brasil atua para consolidar protagonismo e capacidade diplomática na agenda do clima
Negociações serão intensas até a conferência agendada para novembro de 2025 em Belém, no Pará
247 - Com a aproximação da COP30, marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro de 2025 em Belém (PA), o Brasil intensifica esforços para consolidar sua liderança global na agenda climática. Após resultados considerados insuficientes na COP29, em Baku, o país vê a próxima conferência como uma oportunidade histórica para impulsionar compromissos ambientais e fortalecer sua diplomacia climática.
“A COP30 será um marco para reforçar o papel do Brasil como protagonista na agenda climática global. Os desdobramentos da COP29 nos desafiam a construir uma conferência mais ambiciosa e focada em resultados”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Segundo ela, a presidência brasileira trabalhará para promover acordos globais e regionais, buscando resultados concretos em mitigação de emissões e adaptação às mudanças climáticas.
Diplomacia ativa e costura de acordos - A fase de preparação é considerada decisiva para garantir o sucesso da conferência. O embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima e Meio Ambiente do Itamaraty, destacou a responsabilidade brasileira em articular soluções.
Uma das prioridades é assegurar financiamento climático robusto para países em desenvolvimento. A COP29 estabeleceu um aporte anual mínimo de US$ 300 bilhões até 2035, valor bem abaixo dos US$ 1,3 trilhão recomendados por especialistas. Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima, reconheceu os desafios. "Os números estão muito aquém do que é necessário, mas diante da geopolítica, foi onde conseguimos chegar, e foi importante, mesmo que mínimo, para que o financiamento não parasse, para o sinal político de que o multilateralismo continua sendo fundamental para se debater esses recursos".
Agenda estratégica e soluções brasileiras - Na COP30, o Brasil pretende apresentar iniciativas inovadoras, como a Plataforma Brasil de Investimento Climático (BIP) e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A BIP busca atrair investimentos para projetos sustentáveis, enquanto o TFFF recompensa países que preservam suas florestas tropicais, oferecendo retornos financeiros proporcionais à manutenção de suas áreas de biodiversidade.
Além disso, o Brasil pretende consolidar o recém-aprovado mercado de carbono nacional e liderar negociações sobre a Meta Global de Adaptação, proposta para incluir indicadores sociais, econômicos e ambientais em políticas de mitigação climática.
Legado e expectativas - A presidência brasileira no G20, que reforçou a agenda climática ao promover a ampliação de financiamento sustentável e energia renovável, é vista como uma prévia do que se espera da COP30. Os compromissos de limitar o aquecimento global a 1,5ºC e triplicar a geração de energia renovável até 2030 serão centrais nas discussões.
Marina Silva destacou a responsabilidade histórica do Brasil. "É com grande senso de responsabilidade e cientes do enorme desafio coletivo que nos está sendo entregue, que o Brasil recebe do Azerbaijão a presidência designada Conferência das Partes. Sabemos como chegamos até aqui e dos desafios que estão postos para cada um de nós”, afirmou a ministra.
Com uma agenda ambiciosa e desafios complexos pela frente, o Brasil busca fazer da COP30 um marco de liderança global e um símbolo de transformação ambiental efetiva.
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