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    Diversidade e inclusão no mercado de trabalho: relatório da Gupy aponta avanços, desafios e ações

    Relatório da Gupy analisou como as práticas de diversidade nas empresas estão evoluindo a partir de dados de contratação das empresas que usam a plataforma

    (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - A diversidade no ambiente corporativo está cada vez mais em evidência, mas será que esse movimento reflete uma mudança real ou é apenas um discurso de marketing? Dados do Relatório de Tendências de Empregabilidade 2025 da Gupy trazem insights importantes para essa análise, e propõe ações concretas para acelerar o impacto positivo da diversidade no mercado de trabalho brasileiro.

    O relatório revelou que o respeito à diversidade emergiu como um dos fatores mais impactantes para o engajamento das pessoas colaboradoras, com um aumento expressivo de 6,3 vezes entre 2023 e 2024. Guilherme Dias, CMO e cofundador da Gupy, aponta que esse dado reflete a busca crescente por ambientes de trabalho inclusivos, que promovam pertencimento e respeitem diferentes identidades. Ele destaca que, enquanto os avanços são perceptíveis, é fundamental acelerar essa transformação para alcançar uma inclusão genuína e duradoura.

    A análise revela um crescimento de 37% nas posições afirmativas publicadas na plataforma da Gupy entre 2023 e 2024, totalizando 4.730 oportunidades. Apesar do crescimento, os números ainda apontam para desafios latentes quando mostram que, por exemplo, trabalhadores negros continuam ganhando em média 39,2% menos que seus colegas brancos com a mesma qualificação. Além disso, apenas 2,1% das pessoas negras ocupam cargos de direção ou gerência, evidenciando barreiras históricas e estruturais.

    “Para mudar esse cenário, é imprescindível investir em políticas de remuneração transparente, programas de mentoria para pessoas pretas e treinamentos corporativos que promovam a equidade racial. Já vemos diversos bons exemplos no mercado, de empresas que não possuem não apenas programas de contratação afirmativa, mas de desenvolvimento de pessoas de diferentes recortes olhando para as suas particularidades. Isso é Diversidade & Inclusão na prática, e é fundamental que as organizações evoluam suas metodologias e ferramentas para se adaptarem a essa realidade”, reflete Dias.

    Contratações PCD - A análise do número total de pessoas com deficiência contratadas no Brasil revelou as diferenças regionais no mercado de trabalho para PcDs. O Sudeste concentra a maior parcela dessas contratações, com 59% do total, seguido pelo Sul (17%), Nordeste (13%), Centro-Oeste (7,2%) e Norte (3,3%). Isso significa que, a cada 10 pessoas com deficiência contratadas no país, aproximadamente 6 estão no Sudeste. Esse resultado se deve, em grande parte, ao impacto do estado de São Paulo, que abriga um alto número de grandes empresas. Entre julho de 2023 e junho de 2024, São Paulo registrou 8.856 contratações de PcDs.

    Empresas com modelos de trabalho remoto lideram a contratação de PcDs, segundo a Gupy, indicando que ambientes adaptáveis favorecem a inclusão. Para mudar esse cenário, é essencial que organizações invistam na preparação de equipes e infraestrutura, além de programas de capacitação voltados para PcDs, como o "Gupy Imersão | Certificação Inclusiva". Em 2024, esse programa atraiu 566 inscritos para 60 vagas, demonstrando a alta demanda por iniciativas inclusivas.

    Iniciativas como o Prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com Deficiência, promovido há dez anos pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, têm contribuído para a construção de um cenário mais inclusivo. O prêmio busca estimular práticas que incentivem profissionais de recrutamento e seleção a desempenharem um papel mais ativo na transformação social.

    Por fim, fomentar uma cultura inclusiva requer comunicação respeitosa e não capacitista, como exemplificado pelo Manual de Comunicação Inclusiva e Acessível da Gupy. Ações como essa também promovem um mercado de trabalho mais inclusivo, potencializando a diversidade nas contratações e melhorando o cenário de empregabilidade para PcDs.

    Contratação por identidade de gênero - "Embora a diversidade seja uma pauta presente no ambiente empresarial brasileiro, ainda há muito a ser feito para que o mercado se torne verdadeiramente inclusivo e diverso. Diante desse contexto, torna-se urgente promover espaços de trabalho mais representativos e acolhedores. Mas como iniciar essa transformação? Em primeiro lugar, é importante que as empresas entendam diversidade não só com um projeto e ações pontuais, mas como uma estratégia de negócio alinhada com toda a liderança da empresa", questiona Dias.

    E para começar, segundo Guilherme, é fundamental reconhecer a pluralidade, inclusive pessoas que não se identificam com um gênero ou são transgênero. Nos últimos anos, o número de pessoas que não se identificam como homem ou mulher cresceu para 2 mil, enquanto 21,4 mil selecionaram "Prefiro não responder". As contratações de pessoas transgênero subiram apenas 1,9 mil.

    “Em Setembro deste ano (2024), foi instituída uma normativa que regulamenta o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero em concursos públicos. Um movimento importante que, sem dúvidas, deve ser aliado a diversas outras ações nas empresas e no mercado de trabalho como um todo. As empresas têm a oportunidade de liderar essa transformação, não só adotando medidas que estão sendo criadas, mas também implementando programas de treinamento para equipes e lideranças, políticas de diversidade que promovam a equidade em todas as etapas da carreira, e ações práticas que garantam não só contratações mais inclusivas, mas também ambientes de trabalho seguros e oportunidades reais de desenvolvimento ”, destaca Dias.

    Contratação por orientação sexual - A discussão sobre diversidade sexual e a inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho tem avançado, com muitas empresas reconhecendo a importância de criar ambientes mais representativos e seguros. Os dados de contratações por orientação sexual, com base nas empresas que utilizam a plataforma Gupy, refletem a diversidade de orientações sexuais entre os candidatos contratados, destacando o impacto positivo dessas práticas no mercado de trabalho.

    Guilherme Dias reforça que 2025 tem o potencial de ser um marco na transformação do mercado de trabalho em direção à verdadeira inclusão. Ele destaca que CEOs, CHROs e líderes de gestão têm um papel essencial na desconstrução de estereótipos e na promoção de culturas organizacionais mais diversas. “A diversidade não é apenas uma questão social, mas uma estratégia fundamental para o sucesso de qualquer organização. Empresas que abraçam a diversidade são mais inovadoras, engajadas e financeiramente bem-sucedidas. O desafio não é apenas cumprir metas, mas garantir que todos tenham espaço para crescer e prosperar”, afirma.

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