Raízen terá financiamento de R$ 1 bi do BNDES para produzir etanol de 2ª geração

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia nesta quarta-feira (8) a aprovação de um financiamento de R$ 1 bilhão para a Raízen, uma das maiores empresas do setor de energia e biocombustíveis do Brasil. A quantia, segundo a Folha de S. Paulo, será destinada à construção de uma unidade de etanol de segunda geração (E2G) no município de Andradina, no interior de São Paulo, com capacidade para produzir até 82 milhões de litros por ano.

O etanol de segunda geração, ou E2G, é considerado mais sustentável e eficiente que o etanol tradicional. Ele é produzido a partir do reaproveitamento de resíduos da produção de etanol de primeira geração e açúcar, o que o torna uma alternativa de baixo impacto ambiental. A planta em Andradina será uma das seis unidades projetadas pela Raízen no país, com o objetivo de tornar a produção de E2G viável economicamente até 2028.

O investimento total do projeto, que inclui a construção da unidade de etanol avançado, será de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, com a geração de mais de 1.500 empregos diretos na fase de construção e 200 na operação. Segundo o BNDES, os recursos para o financiamento vêm do programa BNDES Mais Inovação, que destinará R$ 500 milhões, e do Fundo Clima, que também aportará R$ 500 milhões. No entanto, as taxas de juros e os prazos de pagamento não foram especificados.

A produção de E2G ainda é incipiente no Brasil, representando menos de 1% da produção total de etanol. Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o apoio ao projeto da Raízen é fundamental para expandir a fronteira tecnológica do país. "O apoio do BNDES para a construção de uma unidade de etanol avançado vai contribuir para a expansão da fronteira tecnológica brasileira, além de atrair mais investimentos para a cadeia de fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos", afirmou Mercadante, de acordo com a reportagem.

Além disso, o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, destacou o potencial do país para se tornar um dos maiores produtores de novos biocombustíveis, como o SAF (combustível sustentável de aviação) e o combustível marítimo, cujas demandas previstas para investimentos podem somar R$ 167 bilhões. "Esses investimentos garantirão a expansão da fronteira tecnológica brasileira", afirmou Gordon.

Criada em 2011 por meio de uma joint venture entre a Cosan e a Shell, a Raízen é um dos principais players do setor de energia renovável no Brasil, com atividades que incluem o cultivo de cana-de-açúcar, a produção de etanol, açúcar e cogeração de energia. A empresa conta com cerca de 45 mil funcionários e busca consolidar a liderança no setor de biocombustíveis avançados, ampliando sua atuação no mercado de energia limpa.