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      Embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da COP30, defende cooperação global na questão climática

      Brasil se prepara para sediar a conferência em 2025, levando a Amazônia ao centro do debate climático

      Lula cumprimenta embaixador André Corrêa do Lago, anunciado como presidente da COP30 - 21/01/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Em um contexto de urgência ambiental, o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, presidente designado da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2025 (COP30), ressalta a importância da união entre países para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. Ele enfatiza que a defesa do multilateralismo e o respeito à ciência serão pilares essenciais do evento a ser sediado em Belém, no Pará, em novembro de 2025.

      No discurso oficial do embaixador, feito perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, essa é a primeira vez que a COP ocorrerá na Amazônia. A escolha do local simboliza a busca por soluções concretas de desenvolvimento sustentável e a necessidade de regenerar uma das regiões mais afetadas pelas pressões ambientais. “A visão de levar a COP30 para a Amazônia reflete o realismo de que problemas crônicos podem se tornar soluções e, ao mesmo tempo, a esperança de que a regeneração do bioma possa inspirar um futuro de prosperidade compartilhada”, afirmou Corrêa do Lago.

      O embaixador lembra que, desde 1988, a comunidade internacional reconhece as mudanças climáticas como uma preocupação comum. Naquele ano, a ONU criou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e em 1992, durante a Conferência Rio-92, líderes mundiais assinaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Segundo ele, o avanço na governança climática decorre de “uma trajetória de aprendizados que reflete tanto nossas maiores qualidades quanto nossas limitações”. Apesar disso, Corrêa do Lago adverte que “o aquecimento global já bate à nossa porta, chegando aos nossos ecossistemas, cidades e vidas cotidianas”.

      A COP30 acontece num marco histórico: 80 anos das Nações Unidas, 20 anos de vigência do Protocolo de Quioto e 10 anos do Acordo de Paris. Além disso, vem logo após a confirmação de que 2024 foi, globalmente, o ano mais quente já registrado, com a temperatura média excedendo 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. “Vidas humanas, futuros empregos e ambientes saudáveis dependem de ações céleres e concretas”, reforçou o diplomata, destacando a necessidade de impulsionar a implementação do Acordo de Paris por meio de soluções estruturais e do fortalecimento de mecanismos de governança global.

      Corrêa do Lago salienta que o compromisso do Brasil vai além do discurso, já que a própria Constituição Federal impõe o dever de promover a cooperação para o progresso da humanidade nas relações internacionais. O país pretende intensificar as ações no âmbito do chamado “Road Map to Mission 1.5”, em parceria com as presidências anteriores e futuras da COP (a “troika”), para que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) sejam revisadas com maior ambição. “Precisamos de avanços robustos para traduzir o que foi acordado em resultados reais, capazes de promover transformações no mundo real”, disse.

      O presidente designado da COP30 também chama atenção para a importância de integrar esforços de mitigação e adaptação. “Adaptar-se não é mais uma escolha, tampouco disputa espaço com as medidas de mitigação. É uma ação essencial e urgente”, salientou. Ele explicou que, diante do aumento de eventos extremos e da vulnerabilidade de diversas regiões, sobretudo as com menor capacidade de resposta, fortalecer estruturas de cooperação é fundamental para garantir apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.

      Outro tema destacado pelo embaixador é a sinergia entre a agenda climática e a preservação da biodiversidade, sobretudo no âmbito das chamadas Convenções do Rio (sobre clima, biodiversidade e desertificação), lançadas em 1992. “Precisamos abordar as crises globais de forma abrangente, reconhecendo que a proteção da biodiversidade e o combate à desertificação caminham de mãos dadas com o enfrentamento das mudanças climáticas”, declarou. Além disso, Corrêa do Lago ressalta a relevância do papel dos povos indígenas e comunidades locais na defesa do meio ambiente.

      O discurso de Corrêa do Lago deixa claro que o governo brasileiro espera que a COP30 seja um ponto de virada: a ocasião para consolidar o legado dos encontros climáticos anteriores e, ao mesmo tempo, abrir novas possibilidades de ação coordenada. “Precisamos de uma nova era que vá além das negociações para reforçar o regime climático: é hora de transformar palavras em prática e garantir credibilidade a esse processo multilateral”, concluiu.

      Com a proposta de levar o centro das decisões climáticas à região amazônica, o Brasil evidencia o desejo de convergir esforços para atender às metas do Acordo de Paris e enfrentar, com senso de urgência, as consequências das mudanças climáticas. A expectativa é que a COP30, sob a liderança de André Aranha Corrêa do Lago, se torne um símbolo de esperança no avanço sustentável do planeta e no fortalecimento do multilateralismo.

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